O mercado automotivo brasileiro se recupera lentamente após o auge da pandemia da covid-19. Analisando os números do acumulado geral de 2023 até abril e comparando com os mesmos meses de 2019 (a pandemia no Brasil foi oficialmente decretada em 2020), as vendas estão 26,56% menores.
Em abril de 2019, o acumulado geral era de 801.330 unidades emplacadas, com liderança do Chevrolet Onix da geração passada, com 75.130 vendas, bem mais do que o segundo colocado na época, o modelo antigo do Hyundai HB20, que havia vendido 34.738 unidades. Para efeito de comparação, o atual líder do mercado, a atual versão do Onix, acumula 28.902 emplacamentos no período.
Já em 2023, a situação é bem pior. Apesar da ligeira melhoria em relação aos 510.846 carros comercializados no período de janeiro a abril, as 588.509 vendas de 2023 estão bem abaixo do que foi visto em 2019. Na época, o segmento comemorou a venda de 801.330 automóveis — 212.821 a mais.
Além das mazelas econômicas causadas pelas medidas restritivas da pandemia, o setor automotivo teve forte impacto devido a uma mudança significativa na demanda por peças, principalmente os semicondutores. A escassez desses componentes afetou diretamente a produção, causando, também, aumento no preço e consequente queda nas vendas.
Vale lembrar que o acumulado de 2023 poderia ser um pouco melhor se não fossem os feriados prolongados do mês de abril, que teve 5 dias úteis a menos do que março, por exemplo. No comparativo entre os meses, a queda nas vendas gerais foi de 18,68%, segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).
Diante desse cenário, o mercado já começa a pensar em alternativas para aumentar o volume e a produção em 2023. Uma das ideias seria a volta do chamado “carro popular”, que custaria abaixo dos R$ 60 mil e seria movido somente a etanol.