Com a onda de surtos da varíola dos macacos (monkeypox, em inglês), as autoridades de saúde dos Estados Unidos divulgaram algumas medidas um tanto quanto absurdas para evitar novos casos, como fazer sexo vestido ou virtual. Outra recomendação é, invés do sexo, se masturbar com o seu companheiro a uma distância de pelo menos 1,80 m. Em nenhum momento, toques ou carícias são recomendados.
Sim, as orientações do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) podem parecer uma piada, exceto pelo fato de que estas recomendações são exclusivas para pessoas que foram diagnosticadas com a varíola dos macacos ou estão com suspeita para a infecção. Em outras palavras, as medidas não valem para todos e somente devem ser aplicadas em casos bastante específicos, onde o ideal seria o isolamento e nenhuma relação sexual.
Por que essas orientações tão absurdas?
De forma geral, a varíola dos macacos é transmitida através do contato físico com pessoas que tenham sintomas da infecção. Para ser mais específico, as erupções e o pus dessas lesões são altamente infecciosos. Inclusive, roupas de cama, toalhas e objetos contaminados podem transmitir o vírus monkeypox.
Durante o sexo, a doença pode ser transmitida — independente do contato ou não com o esperma —, já que o ato envolve beijos, toques, sexo oral e penetrativo. Além disso, as erupções da doença podem ser encontradas nos genitais e na boca, o que, muito provavelmente, contribui para a transmissão.
Qual é a recomendação ideal para os infectados?
Dessa forma, “aqueles que apresentam sintomas devem evitar o contato sexual com outras pessoas”, aconselha a Organização Mundial da Saúde (OMS). Nesta mesma linha, o CDC recomenda: “Evite sexo ou ter intimidade com qualquer pessoa até que você tenha sido examinado por um profissional de saúde”.
Inclusive, o CDC explica que parceiros sexuais devem conversar sobre a doença. “Se você ou um parceiro estão com varíola dos macacos, a melhor maneira de proteger a si e aos outros é não fazer sexo de qualquer tipo (oral, anal, vaginal) e não beijar ou tocar o corpo um do outro enquanto estiver doente, especialmente em qualquer erupção cutânea ou feridas”, afirma a agência.
Como evitar a varíola dos macacos no sexo?
Agora, esqueça o cenário ideal e recomendado pelos médicos. Caso as pessoas queiram transar, sabendo dos riscos, o CDC lista uma série de medidas bizarras e estranhas para tentar limitar o risco de transmissão da varíola dos macacos. A seguir, confira quais são as medidas sugeridas:
- Faça sexo virtual, sem nenhum tipo de contato físico;
- Masturbem-se juntos a uma distância de pelo menos 1,80 m, sem toques;
- Evite beijos;
- Considere fazer sexo vestindo as suas roupas ou cobrindo áreas onde erupções cutâneas ou feridas estão presentes;
- Lembre-se de lavar as mãos, equipamentos de fetiche, brinquedos sexuais e qualquer tecido (roupa de cama, toalhas, roupas) após fazer sexo.
Diante do segundo surto da varíola dos macacos nos EUA, o CDC também reforça que “espaços fechados, como quartos, saunas ou clubes de sexo, onde há pouca ou nenhuma roupa e onde ocorre o contato sexual íntimo, têm maior probabilidade de espalhar a varíola dos macacos”.