Coronavírus continua em fase de expansão no mundo inteiro, atacando a saúde de milhões de pessoas. Só nos EUA, já existem mais de 300.000 afetados pelo Covid-19 e o número oficial de mortos supera o de qualquer outro país. No entanto, são muitos os estudos que têm como objetivo achar uma vacina capaz de curar a doença. É o caso da investigação financiada pelo criador da Microsoft, Bill Gates, que já foi autorizada pelo governo norte-americano.
Nos EUA, as consequências do Coronavírus não são só sanitárias, mas também economicas. Com a produção industrial e o comércio fechados para evitar mais contágios, os dados de desemprego atingem já os 10 milhões de pessoas a pedirem subsídios e ajudas do governo. As bolsas de valores, o Forex trading e o comércio internacional de matérias primas têm sido afetados também pelos efeitos econômicos do Covid-19.
Para enfrentar a crise sanitária e as suas outras derivações, o governo presidido por Donald Trump já autorizou algumas investigações com o objetivo de achar uma vacina útil contra o Coronavírus. Mas os resultados não vão ser imediatos, devido à complexidade do novo vírus, o desconhecimento de muitos aspetos dele e também pela natureza própria do processo de testes.
A vacina ‘do Bill Gates’ vai ser testada em pessoas
O projeto INO-4800 —nome dado a esta vacina— está pronto para ser testado inicialmente num grupo reduzido de pessoas. Estes indivíduos não foram afetados pelo Coronavírus, pelo que o propósito é ver como reagem à dosagem subministrada após ter sido testada satisfatoriamente em animais. Já existem perto de um milhão de unidades desta vacina prontas para serem utilizadas nos próximos meses. Mas para isso acontecer, é preciso antes resolver as distintas fases do processo de investigação e desenvolvimento.
Nesta primeira fase, vão ser 40 as pessoas selecionadas para realizar esta prova, com a esperança de poderem avançar para a seguinte fase nos primeiros meses do inverno (no Brasil). A companhia farmacêutica responsável da investigação é a Inovio Pharmaceuticals, com experiências prévias positivas. Mas os cientistas são muito claros: não haverá uma vacina disponível para ser usada em humanos até o ano 2021. As estimações mais realistas apontam a um prazo não inferior a 12 meses para a obtenção da vacina.
No entanto, vários países estão a investir grandes quantidades de dinheiro com o fim de investigar o vírus em laboratórios públicos e privados e assim achar uma vacina. A China, epicentro da pandemia e origem da sua propagação, já disse que espera poder testar num futuro próximo alguns destes protótipos em humanos. Também na Europa, outro foco principal da doença, os Estados apostam pela investigação à espera de obter resultados positivos a meio prazo.
A polémica dos falsos remédios contra o Coronavírus
Antes desta vacina começar a ser desenvolvida já houve uma disparidade de falsos remédios e invenções a circularem pela Internet. Até a mídia internacional e norte-americana criticou as afirmações de Donald Trump há uma semana. O presidente dos EUA disse que era possível combater o Coronavírus com um medicamento contra a malária. Essa afirmação foi feita à frente de jornalistas e contra o critério e as recomendações dos especialistas em saúde que assessoram a Casa Branca.
Dias depois, foi sabido que a família Trump, através de um genro do presidente, tinha vínculos empresariais com o laboratório farmacêutico responsável desse medicamento. Mas não foi a única falsa afirmação em volta dos possíveis tratamentos contra o Coronavírus. Há uns dias, o Whatsapp anunciou a limitação da partilha de mensagens entre usuários para minimizar o impacto dessas falsas informações. Remédios caseiros ou medicamentos indicados para outras doenças foram algumas das mentiras propagadas nos últimos tempos.
A guerra do mundo contra o Coronavírus será longa. Os países precisarão de muitos recursos para lutar contra os efeitos mortais do vírus e também contra as consequências sociais e económicas. O achado de uma vacina é agora a prioridade dos cientistas que trabalham nessa área de conhecimento, enquanto os políticos e os economistas tratam das outras preocupações que o Coronavírus criou. As contribuições desinteressadas de pessoas como o Bill Gates e outros milionários ajudarão os Estados distribuir fundos para a ciência.