Ainda que as empresas de açúcar e etanol tenham aumentado o seu nível de receita no ciclo 2021/22, houve também uma elevação muito forte nos custos. O fenômeno não é exclusividade do setor sucroenergético, mas um movimento amplo causado pela inflação.
Por outro lado, as companhias do setor têm buscado alternativas para conter tais altas sem comprometer a produtividade dos canaviais. Além disso, elas parecem estar conseguindo sair do ciclo de dívidas elevadas e entrar em outro de novos investimentos e de diversificação das receitas.
As perspectivas são do economista Haroldo Torres e foram apresentadas durante evento promovido pelo Instituto de Pesquisa e Educação Continuada em Economia e Gestão (Pecege).
“Temos problemas logísticos estruturais das cadeias de abastecimento, basta olhar o que está acontecendo com o frete marítimo ao redor do mundo. Nós estamos enfrentando uma inflação de custos global”, relata Torres. Com isso, os gastos das empresas têm aumentado de forma significativa nos últimos tempos.
A situação já se arrasta desde outubro do ano passado, conforme o economista, com uma entressafra de preços mais elevados para máquinas, equipamentos, chapas de ferro e insumos químicos.
No caso do setor sucroenergético, Torres completa que houve uma mudança de patamar de preço para colhedoras, tratores e implementos. Além disso, o incremento nos valores e o aumento da rentabilidade puxaram a demanda – e não somente a advinda da cana-de-açúcar, mas também a de outras culturas. Assim, o mercado aquecido se somou aos maiores custos das peças e equipamentos.
Mesmo assim, nem todo esse efeito é absorvido pelas usinas. Para Torres, na última década, o setor aprendeu a tomar medidas para redução de custos. Entre as estratégias está a melhoria na gestão de ativos com o objetivo de prolongar a vida útil do maquinário.
Para completar, as usinas também estão ampliando estudos e até mesmo colocando em prática a terceirização ou locação de equipamentos.