A Usina Coruripe, com sede em Coruripe (AL) e quatro unidades produtivas localizadas em Minas Gerais, deve moer, na safra 2020/21, cerca de 15,05 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, volume 2,9% superior ao registrado na safra anterior.
Do total, 11,5 milhões de toneladas de cana serão esmagadas pelas unidades mineiras. Devido à decisão tomada no início de 2020, optando por uma safra mais açucareira, a Usina Coruripe está superando as adversidades do mercado de etanol e deve encerrar o ano com faturamento de R$ 2,59 bilhões, valor 5,4% maior que o registrado no ano anterior. As unidades instaladas em Minas Gerais respondem por 66% dos ganhos do grupo.
As plantas mineiras estão localizadas nos municípios de Iturama, Campo Florido, Carneirinho e Limeira do Oeste, todas no Triângulo.
A maior parte das 15,05 milhões de toneladas de cana será destinada à fabricação de açúcar. A meta da empresa é aumentar a produção do adoçante em 15,7% e alcançar 23,87 milhões de sacas de 50 quilos ou 1,2 milhão de toneladas.
Já a produção de etanol deve recuar 11,1% na comparação com a safra 2019/20, somando 428 mil metros cúbicos do biocombustível.
De acordo com o presidente da Usina Coruripe, Mario Luiz Lorencatto, a decisão tomada no início do ano em optar pela maior produção de açúcar em detrimento ao etanol foi importante para os resultados da empresa, que conseguiu reduzir os impactos negativos da queda dos preços e do consumo verificadas no biocombustível.
“No começo do ano, tomamos a decisão estratégica de optar pelo açúcar, que estava com preços bem remuneradores e o etanol teria que ter uma valorização significativa para compensar a produção. Optamos pelo açúcar para garantir uma certa previsibilidade de resultados. Como no açúcar conseguimos precificar a produção nos próximos dois anos, o que não ocorre com o mercado do etanol, começamos a safra mais açucareira e 100% precificada. Foi uma decisão acertada”, disse.
Ainda segundo Lorencatto, o preço da tonelada do açúcar foi fixado a R$ 1.450, patamar considerado elevado.
“A produção do etanol será menor e iremos estocar grande parte à espera de preços melhores. Esta é uma medida que já trabalhamos com ela. Estocamos e vendemos o produto na entressafra, entre janeiro e fevereiro, quando há uma valorização pela menor oferta”, explicou.
Uma das apostas da empresa que tem dado certo é a venda de açúcar para o mercado consumidor. No ano passado, o grupo começou a comercializar açúcar com a marca própria na região Sudeste do País. E, este ano, chegará ao mercado o álcool em gel da marca.
“Enquanto o consumo de açúcar na indústria retraiu, o doméstico aumentou. As pessoas estão em confinamento e cozinhando mais”, disse.
Outro avanço da empresa e que será um novo gerador de receita foi a obtenção do certificado para a Política Nacional de Biocombustíveis, o RenovaBio. A Coruripe recebeu, em abril, autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no processo de certificação de produção eficiente de biocombustíveis.
A empresa prevê negociar os créditos que emitir em uma plataforma desenvolvida pelo governo federal. Com base nos dados do programa, o valor estimado de crédito é de R$ 30 milhões e a quantidade projetada é de 500 mil CBios.