Senador teme ‘estados de terror’ e empresário compara Brasil à URSS

Por: iG  Data: 23/08/2022 às 13:57

José Koury, empresário bolsonarista dono do Barra World Shopping, na Zona Oeste do Rio de Janeiro é um dos alvos da Polícia Federal “por integrar um grupo em que se debatia a possibilidade de golpe de estado ante uma vitória de Lula”, revela reportagem do O Globo. 

Segundo a apuração, senador e empresário repercutiram pelo WhatsApp a  decisão de Alexandre de Moraes do STF de autorizar a PF realizar busca e apreensão na residência dos integrantes do grupo. A decisão o transformou José Koury entre outros, alvos da PF nesta terça-feira (23).

Koury teve suas contas contas bancárias e também suas perfis nas redes sociais bloqueados.

A reportagem, assinada pelo repórter João Paulo Saconi, revela fragmentos de mensagens supostamente trocadas por empresários e aliados políticos de Jair Bolsonaro em um grupo chamado “Rio — Vamos Vencer”. 

Trecho da matéria:
“Os comentários de Koury sobre as medidas de Moraes foram feitos na esteira de uma fala de Carlos Portinho, líder do governo Bolsonaro no Senado em tom crítico ao magistrado, mesmo sem citá-lo”.

“Rio — Vamos Vencer” – Grupo do Whatsapp

9h45m: “Preocupa-me muito se estamos caminhando para um estado policialesco, que patrulha pensamentos na era da tecnologia em grupos privados. (…) Há uma enorme diferença entre pensar e se manifestar e agir. Fica para reflexão. Sem defesa de mérito ou ideológica. Confesso que pensei duas vezes se colocava o comentário. É assim que ocorre em estados de terror”, escreveu Carlos Portinho, senador pelo PL do Tocantins. 

José Koury respondeu às 10h17m: “Perfeito, Portinho. Estas ocorrem na Coreia do Norte, em Cuba, Venezuela e nos antigos países da URSS. Mordaças”. 

Outro usuário, então responde: “Transformaram uma simples conversa entre amigos num grupo de WhatsApp numa conspiração”.

As mensagens acompanhavam um emoji representando uma pessoa com raiva, diz a apuração. 

Quem são os empresários alvos de mandados do STF
Mandados de busca e apreensão são contra Luciano Hang, Afrânio Barreira Filho, Luiz André Tissot, Marco Aurelio Raymundo, José Isaac Peres, Ivan Wrobel, José Koury e Meyer Joseph Nigri.