A ala do MDB que defende o apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno das eleições ameaça entrar na Justiça contra a realização da convenção virtual da sigla no próximo dia 27, quando seria homologada a candidatura presidencial da senadora Simone Tebet (MS).
Um dos entusiastas da candidatura de Lula, o senador Renan Calheiros (AL) disse que o presidente do MDB nacional, Baleia Rossi, tem conduzido o processo de escolha da candidatura presidencial de forma “antidemocrática” e sem diálogo com aqueles que se opõe a Tebet.
“A postura do Baleia de não conversar sobre alternativas e levar à frente essa obsessão de uma candidatura sem chance nos deixa com um único caminho: a judicialização”, afirma o senador Renan Calheiros (AL), que deve entrar com a medida até a próxima quarta.
Os caciques do MDB a favor de Lula foram recebidos pelo ex-presidente Michel Temer na terça-feira. Temer atendeu ao pedido de prorrogação e de realização da convenção presencial e o encaminhou à Baleia. Em vão. Horas depois, o presidente do MDB publicou no Twitter que a convenção estava mantida.
O grupo pró-Lula tem lideranças de peso nacional na sigla, mas não tem o controle dos diretórios estaduais, cuja maioria apoia Tebet. Em meio ao racha no partido, dirigentes da legenda assinaram um manifesto de apoio a Tebet na segunda-feira. Essa reação veio logo após o encontro na segunda de Lula com caciques emedebistas do Norte e Nordeste.
Renan alerta para o risco da candidatura de Tebet levar ao encolhimento da bancada do MDB e da sigla em geral, já que ela ainda não decolou nas pesquisas de intenção de voto. No último levantamento do instituto Datafolha, Tebet aparece com 1%.