O clima brasileiro se apresenta de uma maneira bem diversificada por conta das configurações geográficas do país e o que não faltam são exemplos de frio e calor ao longo de todo ano em diversas cidades, mas qual seria o lugar mais quente do Brasil?
Como a maior parte dos dados climáticos, para estimar com uma boa precisão a média de temperaturas máximas é necessário um longo registro feito por estações de monitoramento espalhadas pelo Brasil. Apenas anos de medidas podem fornecer esse tipo de informação.
Em conversa com o Canaltech, Willians Bini, Head do Agronegócio, da Climatempo, explicou que, no entanto, o Brasil não possui muitas estações de monitoramento de temperatura. Por isso, às vezes, uma cidade pode ser conhecida pelo seu calor, mas na falta de registros oficiais, ela não é apontada como tal.
O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) possui um histórico com as médias máximas registradas por 338 estações de monitoramento pelo país entre os anos de 1981 a 2010. É a partir desses dados oficiais que os lugares mais quentes do Brasil são definidos.
O lugar mais quente do Brasil
Caicó, Rio Grande do Norte
Caicó é um pequeno município do Rio Grande do Norte, localizado na região conhecida como Seridó. Seu clima é considerado como semiárido, o que significa que, além de seca, chove pouco por lá — com precipitação média anual de 630 milímetros.
Quando se trata da média de temperatura máxima, a qual abrange registros de décadas, o calor na cidade atinge 34,9 °C. Ainda assim, ao longo do ano a temperatura média da cidade gira em torno de 28 °C. Durante o verão, a média alta não passa dos 37,1 °C, enquanto no inverno a mínima é de 21,5 °C.
O que não significa que Caicó, embora o lugar mais quente do Brasil, não tenha registrado temperaturas extremas. Segundo a estação de monitoramento do INMET, localizado no município, a menor temperatura desde 1995 foi de 16,3 °C, registrada em 2008. Já a máxima, foi de 40,1 °C em 2003.
Os 5 lugares mais quentes do Brasil
Assim como Caicó, os outros cinco lugares mais quentes do Brasil se encontram na região Nordeste. Além da geografa que contribui para o clima quente, essa parte do extremo norte do país é cortada pela Linha do Equador — a faixa do planeta que mais recebe energia do Sol.
Agora, vamos conhecer alguns desses lugares que também são conhecidos pelo calor persistente ao longo do ano:
- Caldeirão Grande do Piauí (PI): caldeirão é um município localizado no Piauí. Sua média de temperatura máxima é de 34,4 °C. A média anual, no entanto, não passa dos 29,2 °C no verão e não menos que 20,3 °C no inverno;
- Picos (PI): o município de Picos também fica no estado do Piauí e sua média de máxima gira em torno dos 34,3 °C. Durante o verão, a média mais alta fica em 30,7 °C e, no inverno, a menor é de 19,6 °C;
- Floriano (PI): mais uma vez o estado do Piauí marca presença na lista de lugares mais quentes do país, desse vez com o município de Floriano. A média de temperatura máxima na cidade é de 34,2 °C. Quando verão, a máxima não passa dos 30,7 °C e, no inverno, a média mínima é de 21,8 °C;
- Piripiri (PI): localizado também no Piauí, a média histórica de temperatura máxima do município é de 34,2 °C — colocando o calor da cidade ao lado de Floriano. A média de máxima no verão, é de 29,1 °C, enquanto a média mínima, no inverno, não fica menor que 20,9 °C;
- Sobral (CE): o município localizado no estado do Ceará tem uma média histórica de temperatura máxima em torno dos 34,1 °C. No verão, a maior temperatura fica em 28,5 °C e, a média de mínima no inverno é de 21,1 °C.
Mudanças climáticas
Em 2021 um levantamento realizado pelo INMET considerou a última década (2011-2020) como a mais quente desde que os registros históricos começaram em 1961. O documento aponta os anos de 2015, 2016 e 2019 como os anos mais quentes da história.
Essas informações só confirmam o que os relatórios climáticos apontam: a tendência de aumento nas temperaturas com o passar dos anos. Sem sombra de dúvidas, esse aumento da temperatura global está atrelado às mudanças climáticas impulsionadas pela emissão de gases de efeito estufa.
O relatório climático da ONU prevê que a temperatura global aumente 1,5 °C até o começo da próxima década, em relação ao período pré-industrial. Portanto, as próximas médias máximas de temperatura acusarão valores mais elevados, tanto no Brasil como no mundo.