O cuidar dos filhos inclui intermináveis discussões sobre o que é ser uma “boa mãe”. Mas há também os famosos “pais helicópteros”, que mais atrapalham que ajudam.
Distribuição dos cuidados com os filhos
A discussão sobre os cuidados com os filhos – em termos da dedicação do pai e da mãe – por si só representa um progresso depois de séculos de total responsabilização da mãe pelos cuidados com as crianças.
Contudo, há muito mais envolvido nessa questão do que simplesmente tempo.
Por isso, pesquisadores analisaram não apenas como pai e mãe se sentem, mas também o tipo de atividade envolvendo o cuidar das crianças, quando e onde ocorreu, quem estava presente e quantos cuidados estavam envolvidos.
Os resultados sugerem que, enquanto os pais em geral são muito mais envolvidos na vida de seus filhos agora do que no passado, a parentalidade é ainda altamente influenciada pelo gênero, tanto na dedicação quanto nos resultados.
Que tarefa cada um faz?
Os pais costumam ser mais felizes, menos estressados e ficarem menos cansados do que as mães quando cuidam das crianças, e os pesquisadores dizem que essas diferenças podem se resumir a como e quando as atividades de cuidados infantis são divididas entre os pais.
“Há muitos tipos de atividades que podem ser consideradas cuidar das crianças, mas algumas são mais intensas ou menos agradáveis do que outras. Uma viagem em família para um parque infantil vai afetar alguém diferente do que trocar fraldas no meio da noite, por exemplo. Em nosso estudo, tentamos capturar essas variações e ver se elas estão relacionadas às diferenças que vemos entre o humor das mães e dos pais,” detalhou a professora Cadhla McDonnell, da Universidade do Estado da Pensilvânia (EUA).
Os dados mostraram que as atividades de assistência aos filhos desempenhadas pelos pais são mais comumente recreativas e acontecem no fim de semana, enquanto as atividades das mães são mais propensas a lidar com a criança e se encaixar na categoria de “parentalidade solo”, quando apenas a mãe está presente.
Quando o contexto das atividades de assistência aos filhos é levado em conta, ele explica totalmente as diferenças de felicidade da mãe e do pai, e explica parcialmente as diferenças de estresse. Por outro lado, não explicou as diferenças no cansaço.
“Nossos resultados mostram que alguns aspectos da parentalidade são mais agradáveis que outros e que a maneira como os cuidados infantis são distribuídos entre mães e pais hoje traz mais recompensas emocionais para os pais do que para as mães,” disse McDonnell. “Mas é impossível dizer a partir de nossos dados se isto é resultado de escolhas pessoais ou se é uma reação a forças externas, como demandas de trabalho.”