Objetivo desta nova cápsula é fornecer cuidados acessíveis e convenientes para as pessoas em casa
Cientistas desenvolveram um dispositivo ingerível que monitora com segurança sinais vitais, como respiração e frequência cardíaca, de dentro do corpo humano.
Diferentemente das já conhecidas pílulas eletrônicas, o objetivo desta nova cápsula é fornecer cuidados acessíveis e convenientes para as pessoas em casa.
“A capacidade de facilitar o diagnóstico e monitorar muitas condições sem a necessidade de ir ao hospital pode proporcionar aos pacientes um acesso mais fácil aos cuidados de saúde e ao tratamento de apoio,” disse Giovanni Traverso, do MIT (EUA).
A pílula de monitoramento dos sinais vitais – ou Pílula VM – funciona monitorando as pequenas vibrações do corpo associadas à respiração e ao batimento cardíaco. A pílula pode detectar se uma pessoa pra de respirar mesmo estando dentro do trato digestivo. Isto pode salvar vidas em muitas condições, como na crescente onda de superdosagens de analgésicos opiáceos ou nos casos de apneia do sono.
Pílula de monitoramento dos sinais vitais passa no primeiro teste clínico
“A ideia de usar um dispositivo ingerível é que o médico possa prescrever essas cápsulas e tudo o que o paciente precisa fazer é engoli-las,” disse Benjamin Pless, membro da equipe. “As pessoas estão acostumadas a tomar comprimidos e os custos do uso de dispositivos ingeríveis são muito mais acessíveis do que a realização de procedimentos médicos tradicionais.”
Teste para monitorar apneia do sono
A pílula de monitoramento foi testada em humanos pela primeira vez em pacientes que estavam sendo avaliados quanto à apneia do sono, um distúrbio no qual a respiração para e recomeça repetidamente durante o sono. Muitas pessoas com a doença permanecem sem diagnóstico, em parte porque o diagnóstico da doença envolve a admissão de pessoas em um laboratório do sono, onde são ligadas a dispositivos externos para monitorar seus sinais vitais durante toda a noite.
O dispositivo foi capaz de detectar quando a respiração dos participantes parou e monitorar a frequência respiratória com precisão de 92,7%. Comparada com máquinas externas de monitoramento vital, a pílula pode monitorar a frequência cardíaca com uma precisão de pelo menos 96%. O teste também mostrou que o dispositivo é seguro e todos os participantes excretaram o dispositivo poucos dias após o experimento.
“A capacidade de monitorar remotamente sinais vitais críticos de pacientes, sem fios, condutores ou necessidade de técnicos médicos, abre a porta para monitorar pacientes em seus ambientes naturais, em vez de na clínica ou no ambiente hospitalar,” concluiu o professor Ali Rezai.