Os níveis do mar devem ultrapassar as previsões feitas pela maioria dos modelos climáticos nos próximos anos, é o que diz um novo estudo publicado na Ocean Science. De acordo com os pesquisadores da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, a maioria dos estudos subestimou a força dos ataques sofridos pela Terra nos últimos anos.
Em 2019, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) indicou que os níveis do mar subiriam entre 0,61 metro e 1,10 metro até 2100. Esse tipo de modelo climático leva em consideração as mudanças climáticas, o aquecimento dos oceanos, as emissões de gases do efeito estufa (GEE) e a ameaça de comportamento nocivo humano.
Números preocupantes
Para a criação de um novo modelo climático, os cientistas dinamarqueses optaram por examinar os aumentos de nível do mar ao longo da história. Através dessa análise, foi possível contemplar que os oceanos têm crescido conforme a temperatura do planeta tem aumentado, o que gerou um padrão de quebra de expectativas ao longo dos anos.
Sendo assim, os pesquisadores criaram a teoria de que os modelos atuais de mudanças climáticas tendem a “menosprezar” as alterações no nível do mar quando comparadas com as extrapolações numéricas encontradas no acervo histórico. “As comparações sugerem que os números gerados pelos relatórios da IPCC seriam muito baixos”, relata o artigo.
Modelo climático do IPCC
Em entrevista para o Live Science, a pesquisadora da Universidade de Wake Forest, Kaitlin Hill, defendeu que os relatórios do IPCC também levam em consideração uma base histórica para suas análises climáticas. Segundo Hill, é importante que as pessoas compreendam que os modelos climáticos não funcionam como uma “previsão do tempo.”
Esse tipo de metodologia científica teria sido criado para ajudar a população a compreender o clima global de suas épocas e quais fatores são importantes para serem levados em consideração para o futuro do planeta.
Por outro lado, a oceanógrafa da Universidade do Arizona, Joellen Russell, disse não estar surpresa pelos relatórios do IPCC subestimarem as previsões para o nível do mar. Para a cientista, por mais que o painel faça um levantamento histórico de informações, os modelos atuais falham ao não analisar o derretimento das calotas polares — o que mudaria completamente o panorama apresentado nas pesquisas.