Em fevereiro deste ano, o Brasil ficou 24 horas sem mortes por covid-19 pela primeira vez. Mas mesmo alguns meses após essa conquista, o país se depara com um excesso de mortes que excede o esperado para 2023. A informação vem do painel produzido pelo Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e pela Arpen-Brasil (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais).

Mortes por Covid-19 no Brasil ainda excedem o esperado

O Ministério da Saúde explica que o acompanhamento dos indicadores de morte é uma estratégia recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para avaliar os efeitos diretos e indiretos da pandemia de Covid-19 nos países.

“A análise da evolução do excesso de mortalidade complementa outros dois dados usados com frequência, que são o número confirmado de casos e de óbitos provocados pela doença”, garante a Pasta.

Excesso de mortes por covid-19 em 2023
De acordo com o painel, o esperado para 2023 seriam 22.471 mortes. No entanto, o ano já aponta 24.016 registros de óbitos, como podemos observar a seguir:

Mortes por Covid-19 no Brasil ainda excedem o esperado

Considerando a distribuição do excesso de mortalidade segundo Regiões do Brasil, podemos observar que o Sudeste lidera com 42%. Em seguida, temos a região Nordeste, com 28%. O Sul representa 13% dos excessos, enquanto o Norte chega a 9%. Por fim, temos o Centro-Oeste, com 8% dos excessos.

Uma questão que fica é: quem morre por covid-19 no Brasil hoje em dia? O grupo que mais morre pela covid-19 é o composto por pessoas com mais de 65 anos, ou seja, os idosos. No início da pandemia, estes indivíduos eram os mais vulneráveis e, hoje, ainda continuam.

Painel do excesso de mortes por covid-19
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) elaborou o painel com base no estudo e método desenvolvidos pela organização global de saúde pública Vital Strategies. Além disso, conforme divulga o Ministério, os óbitos têm como fonte os dados do Portal da Transparência do Registro Civil, da Central de Informações do Registro Civil (CRC), sendo aplicada metodologia para correção de subregistro.

A Pasta explica, ainda, que esse excesso de mortes é calculado no nível de estados, sexo e faixa etária através da diferença entre o esperado e observado nas semanas epidemiológicas. O indicador de excesso de mortalidade total é a soma dos excessos semanais, segundo local, idade e sexo.

Mortes por Covid-19 no Brasil ainda excedem o esperado

“A infecção por Sars-CoV-2 não é necessariamente a causa direta do excesso de mortalidade. O número de óbitos superior ao que era esperado para o período pode também ser reflexo indireto da epidemia. Mortes provocadas, por exemplo, pela sobrecarga nos serviços de saúde, pela interrupção de tratamento de doenças crônicas ou pela resistência de pacientes em buscar assistência à saúde, pelo medo de se infectar pelo vírus”, afirma o Ministério.