Luiz Inácio Lula da Silva, postulante do PT à Presidência da República, fez um comício neste sábado, 20, no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, que marcou o lançamento oficial de sua candidatura. Cercado de aliados — alguns mais recentes, como o ex-tucano Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice na chapa petista, e Márcio França (PSB), que concorrerá ao Senado —, a campanha lulista tentou se aproximar mais do centro.
Chamou a atenção a presença de Aloysio Nunes, ministro das Relações Exteriores do governo Michel Temer, convidado ao evento por Alckmin. No palco, o verde e amarelo se sobrepôs ao vermelho do Partido dos Trabalhadores, com direito a uma bandeira do Brasil no painel de LED no palco, e contrastou com o público presente.
O Anhangabaú foi escolhido por ter sido o palco dos atos das Diretas Já, nos anos 1980. O discurso sobre democracia esteve presente em todos discursos. Alckmin, um dos mais contundentes, declarou que ela está em risco. “As Diretas não passaram, mas ali começou a morrer a ditadura. Estávamos, há 40 anos, do mesmo lado, da democracia, do povo. Hoje, quase 40 anos depois, presidente Lula, voltamos aqui porque o Brasil precisa. Precisamos fortalecer o processo democrático. O Bolsonaro, não é que ele não confia na urna eletrônica. Ele não confia no voto do povo”, disse o ex-governador de São Paulo.
Márcio França, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o candidato petista ao governo de São Paulo, Fernando Haddad e o candidato a deputado federal Guilherme Boulos (Psol) também discursaram, todos apontando para o suposto risco da reeleição de Jair Bolsonaro (PL) à Presidência. “O que está em jogo não é uma eleição. O que está em jogo é o que vai ser do futuro desse país pelos próximos 20 anos”, disse Haddad. “Vai parar na cadeia aquele vagabundo miliciano. É por isso que eles estão com medo”, vociferou Boulos.
Também foram ao Anhangabaú a ex-prefeita Luiza Erundina (Psol), que tentará se reeleger à Câmara dos Deputados, e Eduardo Suplicy (PT), candidato a deputado estadual em São Paulo. O jornalista Chico Pinheiro, que recentemente deixou a Globo, foi o mestre de cerimônias.