A prática do chamado “surf” nos ônibus fez mais uma vítima na Região Metropolitana do Recife. Um jovem de 20 anos morreu depois de se chocar contra um poste de iluminação, no início da tarde desta terça-feira (7/3), na Avenida Belém de Judá, entre os bairros da Cohab, no Recife, e Dois Carneiros, em Jaboatão dos Guararapes.
O rapaz, identificado como Danilo Luciano Nunes, estaria escalando o ônibus para chegar ao teto do coletivo e praticar o “surf”, prática que tem crescido assustadoramente não só nos bairros mais afastados do Grande Recife, mas também nos principais corredores viários da capital.
Durante a escalada do coletivo, o jovem bateu a cabeça contra um poste, morrendo na hora. corpo ficou pendurado na janela. O coletivo era da Empresa Vera Cruz e operava a linha 141 – Jardim Monte Verde /TI Tancredo Neves.
O motorista do coletivo não teve sequer tempo de ver o que estava acontecendo no veículo.
Danilo Luciano Nunes teve um trauma cranioencefálico e já foi encontrado morto pelo socorro médico.
Fora de controle
Os registros da prática do “surf” e do “amorcegamento nos coletivos” são mais frequentes nos subúrbios do que nos bairros de classe média ou na área central da capital.
Mas a impunidade tem crescido e os adolescentes e jovens têm praticado até mesmo em corredores viários importantes da cidade, como o Viaduto Capitão Temudo, na área central, e a Avenida Conselheiro Aguiar, em Boa Viagem, na Zona Sul.
Domingos e feriados são os dias certos para se ver diversos flagrantes do “surf nos coletivos”. A prática de se pendurar nos veículos é diária. No caso do surf, proliferam casos, inclusive com mortes.
Os operadores de transporte alegam que o problema é de segurança pública e que não conseguem evitar. Dizem, ainda, que a maioria dos praticantes o fazem por diversão, não por necessidade para não pagar a passagem.
A informação é confirmada pelos rodoviários. E com os coletivos sem os cobradores, são os motoristas que lidam com o problema. No Grande Recife, menos de 5% das linhas de ônibus ainda têm cobradores.
Pelo menos dois óbitos e um caso de mutilação foram registrados em 2022.