IBGE divulga características dos domicílios alagoanos; saneamento básico é destaque

Por: Ascom IBGE  Data: 23/02/2024 às 14:52

Dados tratam de saneamento básico, abastecimento de água, e outras questões de moradia

IBGE divulga características dos domicílios alagoanos; saneamento básico é destaque
Mais de 31,5 mil pessoas não possuem banheiro, nem sanitário em Alagoas

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou, nesta sexta-feira (23), as características dos domicílios visitados durante o Censo Demográfico 2022. As informações trazem o cenário dos tipos de domicílio, abastecimento de água, canalização, esgotamento, existência de banheiro ou sanitário, além do modo de destinação do lixo pelos moradores.

IBGE divulga características dos domicílios alagoanos; saneamento básico é destaque

Os dados são públicos e estão disponíveis até o nível municipal. Para obter esses números, a operação censitária esteve presente em cada um dos domicílios alagoanos. Também é possível fazer recortes por cor ou raça, além de idade.

Tipo de domicílios: maior parte dos alagoanos vive em casas

Seguindo a tendência nacional, a casa (89,6%) é o tipo de habitação predominante entre os moradores de domicílios particulares permanentes ocupados em Alagoas. Cerca de 2,77 milhões de pessoas residem nesse tipo de moradia.

Adicionalmente, o perfil habitacional do estado é composto por “casa de vila ou em condomínio” (4,2%); “apartamento” (6,6%); e “habitação em casa de cômodos ou cortiço” (0,05%).

Na outra ponta, cerca de 0,02% dos moradores de domicílios particulares permanentes alagoanos – 570 pessoas – vive em “estrutura residencial permanente ou inacabada”, categoria que foi incluída pelo Censo 2022 para captar a população em situação de exclusão habitacional extrema. Não há registros de “habitação indígena sem paredes ou maloca” no estado.

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Em relação ao Censo 2010, houve aumento expressivo do percentual de moradores de apartamentos, que cresceu de 3,72% para 12,51%. Em contrapartida, a proporção de residentes em domicílios do tipo casa caiu de 93,55% para 84,78%.

Abastecimento de água: acesso à rede geral de distribuição está abaixo da média nacional

Alagoas ocupa o penúltimo lugar do Nordeste e o 21º no país em proporção de moradores de domicílios particulares permanentes que têm acesso ao abastecimento de água pela rede geral de distribuição – ou seja, pelo sistema de canos e tubulações que leva a água das estações de tratamento até os domicílios. No estado, menos de 68% utilizam essa forma como principal fonte de abastecimento. Em contrapartida, a média nacional é de 82%.

Cerca de 15,6% dos moradores utilizam poço profundo ou artesiano como principal forma de abastecimento de água em AL. Poço raso, freático ou cacimba (6,3%); carro-pipa (4,2%); água da chuva armazenada (2,8%) e outros (1,4%) ocupam as demais posições.

Fontes, nascentes ou minas são utilizadas como principal fonte de obtenção de água por aproximadamente 1% dos moradores dos domicílios particulares permanentes; cerca de 27 mil pessoas (0,87%) ainda se abastecem por meio de rios, açudes, córregos, lagos e igarapés.

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AL é o terceiro estado no país em proporção de uso de carro-pipa como fonte principal. Lideram o ranking os moradores dos municípios sertanejos de Ouro Branco (56,1%), Belo Monte (47,9%) e Jaramataia (44,5%) – nestes locais, a maioria da população não possui água canalizada. 

Canalização: apesar de avanço, mais de 249 mil pessoas ainda não têm água encanada em AL

Apesar da queda expressiva em relação ao Censo 2010, onde 16,3% (quase 505 mil pessoas) não tinham acesso à água encanada, a ausência de canalização no próprio domicílio ainda é a realidade de quase 8% dos moradores alagoanos. O índice é o terceiro maior do NE, atrás de Paraíba (8,8%) e Pernambuco (9,24%), e o quinto do Brasil, que tem média geral de 2,4%.

A falta de encanamento de água é casa é vivida por mais de 249 mil pessoas (7,99%) em todo o estado. Contudo, atualmente mais de 88% dos moradores possui água canalizada até dentro de casa. Além destes, 3,75% possuem água canalizada apenas no terreno.

Ouro Branco (69,6%), Cacimbinhas (68,3%) e Canapi (65,4%) são os municípios campeões em proporção de moradores sem água canalizada. Pilar (99,3%), São Miguel dos Campos (99,2%) e Roteiro (99%) lideram os percentuais de moradores com acesso à canalização no domicílio. A capital Maceió ocupa o sétimo lugar estadual (98,7%).

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Esgotamento sanitário: uso de fossas precárias e buracos ainda é predominante entre alagoanos

A situação do esgoto nos domicílios permanentes particulares onde havia banheiro ou sanitário também foi investigada pelo Censo 2022.

Na contramão da média nacional, que aponta para a predominância do uso da rede geral, pluvial, ou fossa ligada à rede (62,51%), a maior parte do esgotamento sanitário em Alagoas continua sendo feita de modo inadequado para as diretrizes do Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB).

No estado, a principal forma de esgotamento ainda é feita por “fossa rudimentar ou buraco” (44,15% dos moradores ou mais de 1,37 milhão de pessoas). Nacionalmente, essa média é de 19,4%.

O uso da rede geral, pluvial ou fossa ligada à rede ocupa o segundo lugar no esgotamento sanitário em AL, com proporção de 33,12% dos moradores. Em seguida, há uso da fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede (15,33%), vala (2,47%), ou outra forma (1,46%). Rios, lagos, córregos e mares são utilizados para o esgoto de 2,47% dos moradores desses domicílios – quase 77 mil pessoas. 

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Murici (86,39%) lidera a proporção de moradores com esgotamento pela rede geral ou pluvial; na outra ponta, Olho D’Água Grande (0,09%) ocupa o último lugar na categoria. A capital Maceió ocupa o 20º lugar entre os 102 municípios alagoanos, agrupando 46,87% dos moradores com acesso à rede.

Coité do Nóia (97,49%) é a cidade que faz mais uso proporcional da modalidade de esgotamento predominante no estado, a fossa precária ou buraco, que por sua vez é utilizada por 0,29% dos moradores de Coqueiro Seco.

Em Pindoba, mais de 44% dos moradores dos domicílios particulares permanentes utilizam como esgotamento sanitário os rios, lagos, córregos ou mares.

Existência de banheiro ou sanitário: 1% ainda não possui qualquer instalação, mas avanços são expressivos desde 2010

Segundo o Censo 2022, mais de 31,5 mil pessoas não possuem banheiro, nem sanitário, em Alagoas. Apesar disso, o cenário apresentou grande avanço no estado desde o último recenseamento. Em 2010, quase 7% dos moradores alagoanos vivia nessas condições precárias, sem acesso à essa estrutura básica; o contingente abarcava um total de 215.411 pessoas.

Atualmente, cerca de 1% dos moradores dos domicílios particulares alagoanos não tem qualquer instalação para dejecções. No município de Senador Rui Palmeira essa proporção chega a 15%. Poço das Trincheiras e Maravilha têm percentuais acima de 10% dos moradores nessa situação.

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O cenário geral, contudo, é de predominância do banheiro (cômodo com vaso sanitário e instalações para banho) de uso exclusivo da residência: 95,75% da população alagoana, próximo da média nacional, que é de 97,7%.

Aproximadamente 80 mil pessoas (2,57%) utilizam apenas sanitário ou buraco para dejeções, segunda forma mais frequente no estado, acima apenas daqueles que não tinham banheiro nem sanitário (1%). O banheiro compartilhado com outros domicílios é realidade de 0,67% dos moradores.

Destino do lixo: maior parte dos alagoanos tem coleta, mas queima ainda é muito utilizada  

A coleta direta ou indireta de lixo faz parte do cotidiano de cerca de 86,7% dos moradores em domicílios particulares permanentes ocupados em Alagoas. Destes, quase 79% tem o lixo coletado em casa por serviço de limpeza e 7,7% fazem uso de caçamba.

Apesar da cobertura considerável da coleta para a maioria da população, o estado ainda ocupa a 15ª posição no país e está abaixo da média nacional, que é de quase 91%. Contudo, houve crescimento em relação a 2010, onde os índices de coleta alcançavam 78,11% em Alagoas.

Na capital Maceió, sétimo lugar do ranking, mais de 97,6% dos moradores têm o lixo coletado. O melhor índice de Alagoas está em Satuba, onde 99% da população em domicílios particulares permanentes ocupados tem o lixo recolhido direta ou indiretamente.

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O segundo método mais utilizado pelos moradores na destinação dos resíduos sólidos é a queima do lixo dentro da propriedade, que tende a aumentar quando há menor cobertura da coleta domiciliar ou por caçamba. A cidade de Mata Grande, que possui menor percentual proporcional de coleta (35%), é também a localidade campeã em lixo queimado na propriedade (62,7% dos moradores).

Em todo o estado, mais de 356 mil alagoanos ainda queimam lixo, concentrados nas regiões do sertão e agreste alagoano. A destinação do lixo em terrenos baldios, encostas e áreas públicas ainda é a realidade de 47 mil moradores; proporcionalmente, Novo Lino (11,4%) é o município onde a população mais faz uso desse método.

Como acessar os dados

Os dados inéditos divulgados pelo IBGE podem ser visualizados na Plataforma Geográfica Interativa (PGI) (https://censo2022.ibge.gov.br/apps/pgi/#/home/) e no panorama do Censo 2022 (https://censo2022.ibge.gov.br/panorama/).