A homenagem ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, foi proposta pelo deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade).
Ao justificar a honraria concedida pela Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados, o parlamentar exaltou o trabalho exemplar do magistrado para garantir o Estado democrático de direito nas eleições de 2022: “Foi preciso muito trabalho sério, compromisso público, destemor e transparência. Sobretudo transparência da Justiça Eleitoral para que tivéssemos resultados incontestáveis em tão curto espaço de tempo. Portanto, nada mais justo do que elogiar a Justiça Eleitoral, por meio do presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes”.
Ribeiro presidia os trabalhos da comissão e contava com uma provação da honraria sem discussão, mas houve divergência. O deputado Sanderson (PL) contestou a homenagem, que ocorreu um dia após o colega de partido, José Medeiros (PL), ter o Twitter bloqueado por decisão do TSE.
“Nós, nessa quadra política, numa cruzada ditatorial desse Alexandre de Moraes, vamos aqui na Câmara dos Deputados homenagear justamente o algoz dos deputados federais. O que é isso?”, declarou Sanderson.
O deputado Marcel Van Hattem (Novo) também afirmou que não votaria a favor da premiação ao presidente do TSE: “O Congresso está acovardado! A Câmara está de joelhos diante do TSE e do STF! O Senado está de joelhos, humilhado diante do TSE e do STF! E aqui, a humilhação não tem ideologia, ela vai da direita à esquerda e passa pelo centro. É na Câmara e no Senado”.
O deputado Ivan Valente (PSOL) rebateu os parlamentares e defendeu a atuação de Moraes nas eleições: “Ele foi atacado brutalmente durante todo o processo. O questionamento das urnas eletrônicas, a questão do voto secreto. Nós não podemos, me desculpe. Quem manteve a prisão do Daniel Silveira foi a Câmara dos Deputados, por mais de 340 votos!”.
Apesar do debate acalorado, a maioria dos integrantes da comissão votaram a favor da homenagem.