Para ter o corpo dos sonhos de forma rápida, o vendedor Aluizio Henrique de Costa Ferreira, de 39 anos, entrou em um pesadelo. O morador de João Pessoa, na Paraíba, fez uma aplicação caseira de PMMA — o polimetilmetacrilato, substância em forma de gel composta por microesferas de acrílico — no tórax e nas pernas. Porém, a substância provocou deformação nessas regiões.
Aluizio tinha 23 anos quando fez as aplicações. Na época, ele seguiu o conselho de colegas da academia, mas não sabia dos danos que a substância poderia causar.
“Eu queria ganhar físico rápido. No início, apareceu o resultado esperado. Eu queria volume muscular e consegui, o que durou de dois a três anos. Depois disso, o meu corpo começou a ficar deformado e a apresentar sequelas”, explicou em entrevista ao Extra.
Além do inchaço e do excesso de pele, as partes afetadas passaram a apresentar dores. A situação se agravou com o passar do tempo e há mais de 10 anos o vendedor vive à base de remédios, enfrentando, diariamente, inflamações crônicas, edemas, vermelhidão, febre, nódulos na área, entre outros problemas, como a vergonha do próprio corpo.
Para reverter a situação, ele buscou tratamento com um médico especialista em São Paulo. Os gastos com os exames pré-operatórios, passagens de avião, hospedagem, alimentação, cintas pós-cirúrgicas e medicamentos devem chegar aos R$ 24 mil. Até o momento, ele já arreadou R$ 5.900.
PMMA
No ano passado, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) emitiu uma nota alertando sobre os efeitos da substância. A entidade afirmou que o uso do produto é extremamente perigoso quando usado sem recomendações do CFM (Conselho Federal de Medicina).
O PMMA pode provocar nódulos, massas e processos inflamatórios e infecciosos ocasionando danos estéticos e funcionais irreversíveis. Ainda há riscos de necroses, cegueiras, embolias e morte. De acordo com a SBCP, ele é recomendado em casos de correções de pequenas deformidades e em pacientes com alterações na distribuição de gordura corporal devido ao HIV.