Cícero, de 58 anos, é o primeiro caso de alguém desaparecido encontrado vivo graças ao recolhimento de DNA de familiares
Um homem que era procurado pela família há 30 anos foi encontrado devido ao cruzamento de DNA feito pela Polícia Científica de Pernambuco. Cícero Marques da Silva, de 58 anos, é o primeiro caso de alguém encontrado através de amostras de DNA de familiares de pessoas desaparecidas.
Conhecido nas ruas como Francisco, Cícero desaparecera sem deixar rasto há 30 anos. Foi encontrado em e Arcoverde, uma cidade a 100 quilômetros de onde era (Lajedo).
Vivendo na rua, sem qualquer documento que o identificasse, Cícero nunca conseguiu explicar de que forma foi parar em Arcoverde. Foi o contato com um policial aposentado que acabaria dando início ao desfecho feliz deste desaparecimento. Carlos Lopes conhecia Francisco (que, na realidade, era Cícero) desde 1999. A única coisa que sabia daquele homem era que havia nascido em Lajedo.
Este ano, em junho, depois de Cícero ter sofrido uma queda, o ex-agente decidiu levá-lo até à sua terra natal. Carlos confirmou aí que Cícero era mesmo de Lajedo. Nessa ocasião, Carlos resolveu entrar numa igreja e pedir ao padre para falar no púlpito. Cícero foi apresentado aos fiéis e a notícia espalhou-se. Ainda que desse pelo nome de Francisco, ao saber da história contada na igreja, procurou saber mais sobre o misterioso homem.
Foi feita uma colheita de saliva tanto a Cícero e à sua irmã, Antónia. A comparação da análise dissipou qualquer dúvida e confirmou que os dois eram irmãos. Ao G1, Antônia confessa que, mesmo três décadas depois, manteve sempre a esperança e fé de que Cícero estivesse vivo.
O Ministério da Justiça do Brasil estima que haja 80 mil pessoas desaparecidas no país atualmente, mas o número pode ser ainda maior uma vez que nem todos os desaparecimentos são registrados na polícia, como era o caso de Cícero.
No âmbito desta campanha, para encontrar pessoas desaparecidas, os testes de DNA são gratuitos e há postos de recolha de amostras em 229 locais no Brasil. Qualquer pessoa que deseje localizar um familiar desaparecido pode dirigir-se até a um dos postos para fazer a colheita. Ao todo, de acordo com o G1, mais de 2,6 mil pessoas registaram o material genético no programa que analisa dados de todos os estados.