Mulheres e homens parecem ter outra diferença chave: O mecanismo pelo qual eles se tornam hipertensos. E, devido a essas diferenças, os anti-hipertensivos mais eficazes para homens e para mulheres são diferentes.
“Há evidências cumulativas de que, embora o sistema fundamental para o controle da pressão arterial seja o mesmo, a regulação da pressão arterial em homens e mulheres é um pouco diferente,” explica o Dr. Mykola Mamenko, da Universidade Augusta (EUA).
As evidências coletadas em dois modelos animais geneticamente modificados para apresentar quadros similares à hipertensão humana mostraram que, nas mulheres, é a aldosterona, um hormônio que faz com que nossos rins retenham mais sódio e, consequentemente, mais líquido, o que aumenta ainda mais a pressão arterial.
Em seus homólogos masculinos hipertensos, o mais forte constritor dos vasos sanguíneos é a angiotensina II, outro hormônio que regula o volume do sangue circulante. É essa molécula mensageira que diz aos rins dos machos para continuarem retendo sódio.
“Em um estado hipertenso, as fêmeas dependem da aldosterona significativamente mais do que os machos,” disse Mamenko, usando uma analogia de usar a mão direita ou a mão esquerda para abrir a mesma porta: Em seu estado aberrante, a porta permanece aberta e mais sal e fluido permanecem no corpo, preparando o cenário para doenças cardíacas e derrames.
Múltiplas causas da hipertensão
A ideia principal da equipe é explorar ainda mais a grande variedade de causas específicas da pressão arterial elevada, eventualmente permitindo que os médicos um dia procurem no sangue de seus pacientes biomarcadores do tipo exato de pressão arterial que possuem, para que possam escolher o melhor ajuste entre os vários medicamentos anti-hipertensivos atualmente disponíveis.
“As causas [da hipertensão] são múltiplas,” disse Mamenko. “O que estamos tentando fazer é identificar grupos mais específicos aos quais possam ser aplicados tratamentos mais direcionados e, neste caso, estamos visando o sexo, fator que não é bem estudado e nem compreendido na hipertensão.”