O governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), foi afastado do cargo nesta terça-feira (11) após uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O governador, que é candidato à reeleição no segundo turno, é alvo de uma operação do Ministério Público Federal (MPF) que investiga um suposto esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa do estado.
Dantas é aliado do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e do ex-presidente Lula (PT), atuando como palanque em Alagoas para o petista no segundo turno. Já Rodrigo Cunha é apoiado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Cunha se manteve neutro sobre o segundo turno presidencial, afirmando não apoiar Lula e nem o presidente Jair Bolsonaro (PL).
A Operação Edema cumpriu 31 mandados de busca e apreensão em imóveis vinculados aos investigados. Segundo o MPF, os desvios de recursos públicos ocorrem desde 2019 e somam mais de R$ 54 milhões. A investigação aponta a ocorrência dos crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.
Os fatos investigados ocorreram quando Dantas era deputado estadual. Segundo as investigações da Polícia Federal, o deputado eleito em 2018 utilizava funcionários fantasmas em seu gabinete. De acordo com o MPF, “a necessidade e a urgência das medidas cautelares cumpridas na manhã de hoje foram amplamente demonstradas nos autos da investigação policial”.
Paulo Dantas foi eleito governador do estado em maio para um mandato tampão, após o governador Renan Filho (MDB) deixar o cargo para disputar uma vaga para o Senado. Dantas ficará afastado do cargo por 180 dias.
Renan Filho foi eleito no último dia 2 de outubro, enquanto Dantas avançou para o segundo turno com 46,64% dos votos, contra 26,79% de Rodrigo Cunha (União). O pai de Paulo Dantas, o ex-deputado Luiz Dantas, chegou a gravar uma inserção para a propaganda eleitoral de Cunha contra o próprio filho, afirmando que o filho liderava um esquema de corrupção na Assembleia Legislativa do estado.
Com o afastamento de Dantas, assume o governo o seu vice, José Wanderley Neto (MDB). A Justiça ainda determinou que o governador e os demais investigados, que não tiveram os nomes divulgados, não mantenham contato entre si e não frequentem os órgãos públicos citados na apuração.