Gêmea siamesa separada vai passar por cirurgia plástica nesta quinta

Por: Redação / R7  Data: 20/11/2018 às 13:05

Maria Ysabelle, 2, uma das gêmeas separadas em 27 de outubro no HC de Ribeirão Preto, se submeterá a um preenchimento de pele na nuca

Maria Ysabelle, 2, uma das gêmeas siamesas separadas no dia 27 de outubro no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, passará por uma cirurgia de enxerto de pele na nuca nesta quinta-feira (22), segundo o neurocirurgião Hélio Machado, que liderou a equipe médica que separou as gêmeas, considerado um marco na medicina brasileira.

“Será uma cirurgia plástica, nada além disso. Objetivo é o fechamento final da cirurgia anterior, pois ficou faltando um preenchimento do pedacinho na nuca. Estávamos esperando a cicatrização no pós-operatório para sua realização”, afirma o neurocirurgião.

Maria Ysabelle e Maria Ysadora, naturais de Patacas, no distrito de Aquiraz, no Ceará, nasceram unidas pelo topo da cabeça. A cirurgia, chamada de separação de gêmeos craniópagos, foi realizada pela primeira vez no país, sendo também inédita na América Latina.

A operação foi realizada pela equipe do HC de Ribeirão Preto com a participação de cirurgiões do Montefiore Medical Center, em Nova York, referência em operações desse tipo.

O procedimento ocorreu por meio de cinco cirurgias até que a separação das irmãs fosse completa. A primeira foi realizada em 17 de fevereiro; a segunda, em maio, e a terceira, em agosto – até então havia sido realizada a separação de 80% dos cérebros.

A quarta foi feita também em agosto para implantação de expansores subcutâneos com o objetivo de dar elasticidade à pele, segundo o neurocirurgião. Já na quinta, que durou 16 horas e é considerada a mais complexa, foi concluída a separação.

O momento mais difícil desta cirurgia, segundo a equipe médica, foi a realização da separação interna. A operação teve início às 12h30 do dia 27 e finalizada às 3h30 do dia 28.

A separação total ocorreu às 21h09. De acordo com a equipe médica, os dois cérebros estavam muito unidos, sendo necessária a reconstrução óssea e do couro cabeludo.