João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, se casa nesta quarta-feira, 4, com a advogada Lara Cristina Capatto. Eles convivem em união estável desde 1º de setembro de 2021 e, no mês passado, solicitaram a conversão em casamento, o que deve ocorrer no Cartório Del Fiaco, na cidade de Anápolis.
A conversão é um processo administrativo, portanto não é esperada a presença de João de Deus e da advogada no cartório. Lara Capatto é formada em Direito pela Universidade Paulista e, atualmente, é mediadora do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás. Eles se casam em regime de separação de bens.
Anápolis fica a 55 km da capital, Goiânia, e a 37 km de Abadiânia, onde fica a Casa de Dom Inácio de Loyola, local onde o ex-médium teria praticado crimes contra centenas de mulheres. Mais de 300 já o denunciaram ao Ministério Público (MP) desde 2018, quando os primeiros casos vieram à tona.
João de Deus cumpre prisão domiciliar em Anápolis desde 31 de março de 2020, em um endereço conhecido por todos da cidade. De acordo com o advogado que o representa, Anderson Gualberto, “a prisão domiciliar foi concedida por conta da idade (81 anos) e os diversos problemas de saúde comprovadamente atestados pela junta médica do TJ-GO. A pandemia não foi utilizada nos fundamentos da decisão que concedeu o benefício.” Ainda segundo o advogado, João de Deus faz tratamento de um câncer de pele acometido ano passado e também segue com o tratamento de remição de câncer no estômago e manutenção dos cinco stents no coração.
Em agosto do ano passado, a pedido do Ministério Público, João de Deus voltou a cumprir a pena em regime fechado, mas, um mês depois, o TJ-GO acatou o pedido de habeas corpus da defesa e ele voltou ao regime domiciliar. De acordo com o advogado, não cabe mais recursos em relação ao regime de cumprimento da pena.
Em janeiro deste ano, João de Deus foi condenado a mais quatro anos de prisão por violação sexual. Essa foi a quinta condenação do ex-médium, que já foi condenado a 19 anos e 4 meses de prisão em processo envolvendo quatro vítimas; 40 anos em outro processo envolvendo cinco vítimas; 44 anos e 6 meses em caso envolvendo cinco vítimas e a 2 anos e 6 meses de reclusão por crime contra uma vítima. Ele também tem condenações por posse irregular de arma de fogo e posse ilegal de arma de fogo de uso restrito. A defesa de João Teixeira de Faria nega que ele tenha praticado qualquer crime sexual.
Sobre o casamento, o advogado afirmou que “a vida particular do meu cliente deve ser preservada e não temos autorização para comentá-la. De qualquer sorte, casar não é crime e nem atentar contra as regras da prisão domiciliar que foram impostas”.