Com a volta dos festejos carnavalescos, após o período de isolamento social, o Conselho Regional de Farmácia de Alagoas faz um alerta para o perigo na mistura de álcool com medicamentos, sejam eles de uso contínuo, como para o tratamento da hipertensão, diabetes e depressão, ou de uso pontual, como os analgésicos para dor de cabeça.
A farmacêutica Naianny Nascimento, membro do Grupo de Trabalho de Farmácia Clínica, explica que a utilização do álcool associada ao uso de medicamentos pode alterar a função do medicamento e, consequentemente, demandar um maior esforço do fígado em metabolizar.
De acordo com ela, a depender da classe farmacológica, os efeitos da mistura álcool e medicamento pode provocar irritação gástrica, sonolência, depressão respiratória e outros. “No caso dos antibióticos, por exemplo, a mistura pode provocar a formação de substâncias tóxicas capazes de induzir danos gastrointestinais, palpitação e hipotensão. Já os anti-inflamatórios associados ao álcool aumentam o risco de aparecimento de úlcera gástrica e hemorragias. De forma geral, cada medicamento apresenta uma reação individualizada”, comentou.
Outro fator determinante para ser levado em consideração é a quantidade de álcool ingerida que pode provocar diferentes níveis de interação medicamentosa. “Os efeitos podem ser potencializados ou inibidos, a depender do fármaco. Já os pacientes que fazem uso contínuo, a orientação é não consumir bebida alcoólica”, informou.
Kit Ressaca
Àqueles que vão curtir os festejos e levam o “famoso kit ressaca”, Naianny afirma que o medicamento não vai curar a ressaca, que as medidas adotadas pelo folião devem ser o consumo de água, entre um gole de bebida e outro para que o corpo se mantenha hidratado.
“Se alimentar bem faz toda diferença já que o álcool é corrosivo para a mucosa do estômago. Comida rica em amido, vegetais, alimentos com glicose ajudam a proteger o organismo”, disse. E, em caso de ressaca, a orientação é o uso de dipirona para dor de cabeça, e algum medicamento para enjoo.