Hoje, dia 3 de junho, é comemorado no Brasil o feriado de Corpus Christi, que faz parte do calendário litúrgico da Igreja Católica. Trata-se de um ponto facultativo transformado em feriado pela maioria dos governos locais, mas não é feriado nacional. Sempre festejada em uma quinta-feira, a data celebra o sacramento da eucaristia.
Corpus Christi, facilmente traduzível para “corpo de Cristo” é uma expressão que se fala aos fiéis no momento em que são distribuídas as hóstias durante as missas católicas. Espécie de pão sagrado, a hóstia representa o corpo do filho de Deus. Segundo o fenômeno da transubstanciação, essa rodela de pão ázimo é o corpo literal e real de Jesus Cristo.
Diferentemente dos demais dias santos católicos, como o natal e a páscoa, a festa foi “inventada” pelo papa Urbano IV, que a instituiu através de uma bula chamada Transiturus, em 8 de setembro de 1264. Além de seguir os conselhos de uma ex-colega, depois canonizada como Santa Juliana, o papa baseou sua decisão em um milagre ocorrido no verão daquele ano na cidade de Bolsena, na Itália.
A origem do Corpus Christi
Após ter uma audiência com o papa em Orvieto, onde confessou suas dúvidas sobre a presença real de Cristo na hóstia, um sacerdote da Boêmia, chamado Pedro de Praga, parou na cidade de Bolsena, em seu retorno, para celebrar uma missa. Quando rezava a Oração Eucarística, a hóstia que Pedro abençoava se transformou em carne que, quando partida, começou a escorrer sangue que manchou todo o chão da igreja.
Inserido no calendário cristão ocidental, o Corpus Christi se tornou móvel para se adequar à comemoração da Páscoa (a celebração ocorre na quinta-feira posterior ao domingo da Santíssima Trindade). Dessa forma, como o Domingo da Trindade ocorre uma semana após o Pentecostes, e este acontece 50 dias após a Páscoa, o Corpus Christi acaba ocorrendo exatos 60 dias após o Domingo da Ressurreição.
Uma das manifestações mais belas do Corpus Christi, a confecção de tapetes, produzidos por fiéis com sal, serragem, borra de café e outros materiais, é uma tradição iniciada no arquipélago dos Açores e traduzida ao Brasil pelos portugueses.