Um lembrete ou um lembrete mais tempo para pensar? Evitar compras por impulso é mais complicado do que parece.
Pessoas do prazer e pessoas da segurança
Você provavelmente já disse a si mesmo: “Desta vez, só comprarei o que preciso!”
Mas, mesmo assim, você acabou voltando para casa com coisas que não estavam na sua lista de compras.
Será que é possível evitar essas compras por impulso?
Psicólogos da Universidade Julius-Maximilians (Alemanha) decidiram analisar esta questão, que se torna cada vez mais importante à medida que profissionais das empresas e lojas se especializam justamente em atiçar o consumidor para que ele compre por impulso.
Infelizmente, a resposta à questão não é tão simples: Ser capaz de evitar as compras por impulso depende do tipo de pessoa que você é – se você é um buscador de prazeres ou uma pessoa que se concentra na segurança.
Fator tempo é crucial
Para as pessoas orientadas para o prazer, deliciar-se com algo é espontâneo por natureza. Se elas estão se sentindo bem e estão voltadas para o prazer, elas vão buscar espontaneamente um artigo que prometa dar-lhes ainda mais prazer.
Curiosamente, com essa predisposição um impulso relativamente pequeno é suficiente para impedir que essas pessoas façam uma compra por impulso: “Pode ser, por exemplo, um pequeno lembrete na carteira que diz ‘Pare!’, ou algo semelhante,” explicou o professor Anand Krishna.
Depois, há as pessoas orientadas para a segurança. Para elas, apenas uma nota de advertência na carteira não é suficiente. O pessoal da segurança precisa de tempo: Mesmo a compra por impulso não acontece tão rapidamente com elas, porque é comum que pensem coisas como “Isso realmente tem um gosto tão bom quanto parece?”. Por outro lado, elas também precisam de mais tempo para dizer “Não!” para o impulso. Então elas vão precisar olhar muitas vezes para um lembrete que diga “Não compre por impulso hoje!” para que isso as faça dar um não definitivo ao impulso.
Efeito inesperado
Esse resultado é interessante porque é mais razoável pensar que as pessoas orientadas para a segurança teriam maior probabilidade de evitar compras por impulso. Mas não foi isto o que aconteceu durante a pesquisa.
Se as pessoas voltadas à segurança estiverem em um estado motivacional positivo, elas serão tão tentadas a comprar algo quanto as que buscam o prazer. A grande diferença é que, não importa o que acabem fazendo, levam um pouco mais de tempo para agir.
Isto é importante para o marketing, mas também para a defesa do consumidor. “Este último porque a compra por impulso pode ser um comportamento problemático e indesejável para muitas pessoas,” disse Krishna.