Censo revela que 11 cidades de Alagoas tem mais homens que mulheres

Por: Ascom IBGE  Data: 28/10/2023 às 06:16

Censo 2022: dados do IBGE revelam sexo e idade da população em Alagoas

Censo revela que 11 cidades de Alagoas tem mais homens que mulheres
Censo revela que 11 cidades de Alagoas tem mais homens que mulheres (imagem: AlagoasWeb)

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, na sexta-feira, dia 27, os dados referentes à idade e sexo da população para o Censo Demográfico 2022 para o Brasil, unidades da federação e municípios.

Censo revela que 11 cidades de Alagoas tem mais homens que mulheres

Conforme o previsto, os números revelam o movimento de envelhecimento dos habitantes do país e o aumento no número de mulheres em todo o território nacional, uma tendência histórica que se acentua desde 1980. 

Em Alagoas, nas últimas décadas, houve uma diminuição expressiva da faixa etária de 0 a 14 anos, que reduziu até quase a metade, desde o Censo 1980. Também ocorreu o alargamento das faixas etárias de 15 a 64, e, principalmente, na proporção daqueles com 65 anos ou mais. 

Importante destacar que, durante este período, a taxa de fecundidade diminuiu significativamente em todo o país, caindo de uma média de 4,35 filhos por mulher em 1980 para 1,76, de acordo com a última projeção de 2021. 

Em Alagoas, a taxa de fecundidade no Censo 1980 era de 6,7 filhos por mulher. No ano de 2010, ainda de acordo com o levantamento censitário, essa taxa reduziu por mais da metade e passou a ser de 3,12 filhos. Para 2020, a estimativa das projeções populacionais era de 1,74 filhos por mulher. Os dados para o Censo 2022 para fecundidade ainda devem ser divulgados.

Censo revela que 11 cidades de Alagoas tem mais homens que mulheres

Contudo, a comparação entre as pirâmides etárias do Censo 2000, Censo 2010 e Censo 2022, a partir da nova divulgação de idade e sexo, revela a tendência de envelhecimento da população em Alagoas.

O novo padrão da pirâmide etária alagoana deixa de ser o de uma base larga, que indica prevalência de jovens, e passa a apresentar a expansão do meio e topo. A mudança neste perfil implica em aspectos econômicos, sociais, e de formulação de políticas públicas que atendam ao envelhecimento da população.

Alagoas é o segundo estado com menor mediana do Nordeste

Outro dado calculado pelo Censo 2022 é o relativo à mediana, que é a idade que separa a metade mais jovem da metade mais velha da população. Em 2010, esse número era de 29 anos; em 2022, a mediana passou para a faixa dos 35 anos, evidenciando o envelhecimento expressivo da população no país na última década.

Em Alagoas, a mediana passou de 25 anos, em 2010, para 32 anos no último Censo 2022. Na região Nordeste, esse número foi de 27 para 33 anos. 

Apesar do aumento da mediana, o estado ainda figura entre os 10 estados com menor mediana do país, e é o 2º em menor mediana no Nordeste, atrás apenas do Maranhão. 

Proporção de mulheres segue maior do que a de homens

“Ô, Maceió… / É três mulé / Pr’um homem só”. Em 1978, os versos da canção “Alagoas”, de Djavan, já anunciavam a realidade local. O cenário verdadeiro, porém, é mais ameno. Dados do Censo 1980 apontam que, nessa época, AL contava com 96 homens a cada 100 mulheres; Maceió, por sua vez, tinha uma taxa de 88 homens a cada 100 mulheres. 

Mais de quarenta anos depois, as pessoas do sexo feminino ainda são maioria na capital e em todo o estado. No Censo 2022, apenas 11 dos 102 municípios alagoanos possuem mais homens do que mulheres – e, ainda assim, em baixa vantagem. 

A razão de sexo é um índice calculado a partir da divisão entre a população de homens pela população de mulheres, multiplicada por cem. O dado obtido representa o número de homens que existem a cada centena de mulheres. 

Censo revela que 11 cidades de Alagoas tem mais homens que mulheres

Em Alagoas, os índices variam entre 101,45 para Girau do Ponciano, no Agreste; até 87,17 para a capital Maceió, que, confirmando o que canta Djavan, ocupa a última posição no ranking de razão de sexo e é a cidade com maior proporção de mulheres em todo o estado. A média geral alagoana é de 91,9 homens a cada 100 mulheres. 

A tendência da redução da razão de sexo (ou seja, do aumento da proporção de mulheres) se repete em todo o país. O índice é de 94,2 para o Brasil e de 93,5 para o Nordeste. Aspectos como mortalidade por causas externas, migrações, envelhecimento populacional e longevidade podem estar relacionados à questão.

Agreste é líder no índice de envelhecimento em Alagoas

O agreste é a região com maior índice de envelhecimento em Alagoas. Isso significa que essa localidade apresenta o maior número de idosos com mais de 65 anos em relação aos jovens de 0 a 14 anos.

A cidade de Estrela de Alagoas é a que possui a população mais envelhecida em todo o estado: são 66,38 pessoas acima de 65 anos para cada 100 crianças de 0 a 14 anos de idade. Em seguida, surgem Mar Vermelho (62,93) e Minador do Negrão (57,60).

Por outro lado, boa parte dos menores índices de envelhecimento está no litoral ou nas cidades vizinhas. O município de Roteiro tem apenas 22,9 idosos a cada 100 crianças. Maragogi, segundo com menor taxa de envelhecimento, conta com um índice de 24,3. São Luís do Quitunde e Satuba empatam na terceira posição, com cerca de 26 pessoas de 65 anos ou mais a cada 100 crianças de 0 a 14 anos.

O índice de envelhecimento de Alagoas é de 39,3. Em 2010, este número era de 20,6. No Brasil, o índice de envelhecimento saltou de 30,7, em 2010, para 55,2 em 2022.

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