Presidente da Câmara critica reajuste da Petrobras e diz que vai colocar alternativas para redução do preço dos combustíveis em discussão com líderes partidários
O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta terça-feira (28), que vai buscar alternativas para reduzir o preço dos combustíveis e do gás de cozinha. Segundo o parlamentar, o assunto será colocado em discussão no Colégio de Líderes nesta quarta-feira, 29. “O fato é que o Brasil não pode tolerar gasolina a quase R$ 7 e o gás a R$ 120”, escreveu o deputado em uma sequência de postagens no Twitter.
A Petrobras anunciou ontem o aumento de 8,8% no valor do diesel aos distribuidores. A partir desta quarta-feira, o litro do combustível passará de R$ 2,81 para R$ 3,06, refletindo reajuste médio de R$ 0,25 por litro.
A divulgação ocorreu um dia após a estatal sinalizar novos reajustes devido à defasagem dos preços domésticos na comparação com o mercado internacional.
O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, disse que a manutenção do valor do barril de petróleo tipo brent — usado como referência na empresa — acima de US$ 70 força a alta dos preços domésticos. A Petrobras, porém, afirmou que evita passar aos consumidores os aumentos causados pela volatilidade diária e que pauta as mudanças conforme as expectativas do mercado.
Silva e Luna reiterou na véspera que a Petrobras não irá alterar a sua política de preços. Desde 2016, o cálculo é baseado na paridade internacional da cotação do barril de petróleo. “Não há mudança na política de preços. Continuaremos trabalhando da forma que sempre fizemos”, afirmou.
A sinalização de reajuste ocorreu horas depois de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmar que busca meios de tornar os combustíveis mais baratos. Em evento na manhã da segunda-feira, o chefe do Executivo disse que debateu a questão com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. “Temos muitos obstáculos. São intransponíveis? Não, mas depende do entendimento de cada um. Alguém acha que eu não queria a gasolina a R$ 4 ou menos? O dólar a R$ 4,50 ou menos? Não é maldade da nossa parte, é uma realidade. E tem um ditado que diz ‘nada não está tão ruim que não possa piorar’. Nós não queremos isso porque temos um coração aberto”, afirmou.