Aplicativo poderá dizer se seu primeiro encontro irá frutificar ou não

Por: Diário da Saúde  Data: 21/02/2023 às 06:32

Será que um aplicativo de celular consegue dizer se um primeiro encontro simplesmente não renderá os frutos que você espera?

Engenheiros da Universidade de Cincinnati (EUA) defendem que a tecnologia pode não estar muito longe disso.

Iman Chatterjee e seus colegas treinaram um programa de inteligência artificial usando dados de sensores de vestir que medem respiração, batimentos cardíacos e transpiração, para tentar ensinar o programa identificar o tipo de conversa que duas pessoas estavam tendo com base apenas em suas respostas fisiológicas.

Eles estavam estudando um fenômeno chamado “sincronia fisiológica”, quando os batimentos cardíacos, a respiração e outras respostas do sistema nervoso autônomo das pessoas se sincronizam quando elas conversam ou colaboram numa tarefa. A sincronia fisiológica é mais forte quando duas pessoas se envolvem mais profundamente na atividade que estão empreendendo juntas.

O programa então foi usado em voluntários que foram postos para conversar. Ele conseguiu diferenciar quatro diferentes cenários de conversação com até 75% de precisão, o que deixou os pesquisadores animados em desenvolver um aplicativo para celular que avalie por você se seu parceiro é interessante – ou se você está sendo desinteressante para ele.

“O computador pode dizer se você está sendo chato,” disse Chatterjee. “Uma versão modificada do nosso sistema pode medir o nível de interesse que uma pessoa está tendo na conversa, quão compatíveis vocês dois são e quão engajada a outra pessoa está na conversa.”

Computação afetiva
Experimentos já mostraram que a sincronia fisiológica pode prever o quão bem duas pessoas trabalharão juntas para realizar uma tarefa em um ambiente profissional. O grau de sincronia também se correlaciona com quanta empatia um paciente percebe em um terapeuta ou o nível de envolvimento que os alunos sentem com seus professores.

Por isso, além de aplicações em relacionamentos românticos, a equipe já está de olho em aplicações envolvendo trabalho e emprego.

“Você provavelmente poderia usar nosso sistema para determinar quais pessoas em uma organização trabalham melhor juntas em um grupo e quais são naturalmente antagônicas,” previu Chatterjee.

Além disso, segundo a equipe, este aspecto do que eles chamam de “computação afetiva” também tem potencial para fornecer feedback em tempo real para educadores, terapeutas ou até mesmo pessoas autistas.