Análise do açúcar no corpo pode revelar diferentes tipos de câncer

Por: Diário da Saúde  Data: 16/01/2024 às 10:42

Pesquisadores desenvolveram uma forma eficaz de interpretar mudanças nas moléculas de açúcar que ocorrem nas células cancerígenas

Análise do açúcar no corpo pode revelar diferentes tipos de câncer
(Imagem: AlagoasWeb/Arquivo)

No futuro, um exame da saliva poderá ser suficiente para detectar um câncer em estágio inicial de desenvolvimento, facilitando o tratamento e melhorando muito as chances de cura.

Análise do açúcar no corpo pode revelar diferentes tipos de câncer

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Pesquisadores da Universidade de Gotemburgo (Suécia) desenvolveram uma forma eficaz de interpretar mudanças nas moléculas de açúcar que ocorrem nas células cancerígenas. Basta então analisar o açúcar presente no corpo humano em busca dessas mudanças, usando-as como biomarcadores de várias doenças.

Os glicanos são um tipo de estrutura de molécula de açúcar que está ligada às proteínas das nossas células. A estrutura do glicano determina a função da proteína. E já se sabe há algum tempo que alterações na estrutura dos glicanos podem indicar inflamação ou doença no corpo.

Agora, Jon Lundstrom e seus colegas desenvolveram uma forma de distinguir diferentes tipos de alterações estruturais nos glicanos, o que pode fornecer uma resposta precisa ao que irá mudar numa doença específica.

“Queremos desenvolver um método analítico confiável e rápido para detectar o câncer, e também o tipo de câncer, através de uma amostra de sangue ou saliva. Acredito que poderemos realizar testes clínicos em amostras humanas dentro de 4 a 5 anos,” concluiu Bojar.

Exame otimizado por IA
Vários grupos de pesquisa estão estudando as subestruturas dos glicanos em busca dos chamados biomarcadores, que descrevem o que está errado. Mas todos os testes até agora apresentaram baixa sensibilidade e pouca confiabilidade porque os açúcares podem até ser diferentes, mas estão estruturalmente relacionados e, portanto, não são independentes uns dos outros.

A equipe resolveu isto analisando mais dados usando um programa de inteligência artificial.

“Nós analisamos dados de cerca de 220 pacientes com 11 tipos de câncer diagnosticados de forma diferente e identificamos diferenças na subestrutura do glicano dependendo do tipo de câncer. Ao permitir que o nosso método recentemente desenvolvido, otimizado por inteligência artificial, rodasse em grandes quantidades de dados, conseguimos encontrar estas ligações,” disse o professor Daniel Bojar, coordenador da equipe.

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