Montante movimentado em 2023 atingiu R$ 3,45 bilhões. Alta é de 66,7% ante 2022
Reportagem publicada pela Gazeta de Alagoas, neste fim de semana, revela que as exportações alagoanas de açúcar registraram um crescimento de 66,7% em 2023, na comparação com o ano anterior, e atingiram US$ 702 milhões – o equivalente a R$ 3,45 bilhões no câmbio atual. É o maior crescimento da série histórica, segundo levantamento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Alagoas registra o maior crescimento da história na exportação de açúcar
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Em números absolutos, foram exportados US$ 281 milhões (R$ 1,38 bilhão) a mais no ano passado, em relação a 2022. De acordo com os dados, o volume de açúcar vendido ao exterior pelas usinas alagoanas corresponde a 74% de todo o montante gerado pelo comércio com outros países, que atingiu US$ 943,3 milhões (ou R$ 4,63 bilhões) em 2023.
Segundo a reportagem, no geral as exportações registraram um crescimento de 60,3% no ano passado. Somente no mês de dezembro de 2023, as vendas ao exterior renderam US$ 128 milhões, um crescimento de 187,6% na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
O levantamento do ministério mostra ainda que em cinco anos, as exportações alagoanas de açúcar tiveram um crescimento de 146,3%, saindo de US$ 285 milhões em 2019, para US$ 702 milhões no ano passado.
O montante movimentado com as exportações de açúcar de Alagoas corresponde a 4,4% do total registrado em todo o Brasil, que somou US$ 15,7 bilhões no ano passado. O valor é resultado das exportações de 31,4 milhões de toneladas do produto, que é vendido ao exterior por U$$ 0,5 (ou R$ 2,45) o quilo, segundo o MDIC.
As exportações alagoanas de açúcar tendem a seguir avançando em 2024. Estimativa divulgada no início deste ano, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que a safra de cana-de-açúcar de 2023 atingiu 18,7 milhões de toneladas, um crescimento de 11,4% em relação à safra anterior, que resultou em 16,8 milhões de toneladas.
O governador Paulo Dantas destaca a importância do setor para a economia alagoana, ressaltando que a indústria açucareira é uma das que mais empregam no estado. Dados do Novo Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério da Economia revelam que, de janeiro até novembro do ano passado — os dados mais recentes —, o setor acumulava um estoque de 41.968 empregos com carteira assinada. O volume representa um aumento de 5,48% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Entre os municípios, Rio Largo lidera o ranking de geração de emprego no setor, com um estoque de 7.508 postos formais de trabalho. Em seguida aparecem Coruripe (6.918), São Luís do Quitunde (5.909), São José da Laje (4.750), Campo Alegre (3.823) e Matriz do Camaragibe (2.355).
Em outubro do ano passado, Paulo Dantas participou da inauguração da nova sede da Associação dos Plantadores de Cana-de-Açúcar do Vale do Coruripe (Asprovac), entidade que presta uma série de serviços a cerca de 400 associados da região, entre eles, serviços de assessoria jurídica e técnica.
“Os pequenos produtores se unem para buscar mais tecnologia, para melhorar sua rentabilidade, para se conectar com o que há de mais moderno. Estamos aqui para dar todo o suporte e condições legais e fiscais, criarmos a melhor logística possível para que o setor continue promovendo o desenvolvimento para o nosso estado”, ressaltou o governador, na ocasião.
A secretária de Agricultura e Pecuária, Carla Dantas, reforça que o setor sucroenergético é um dos mais importantes segmentos da economia alagoana. A manutenção da cadeia produtiva é essencial, pela quantidade de empregos gerados desde o campo até às indústrias. Ela reforça que o estado já é referência na produção de variedades genéticas de cana, açúcar, álcool e bioenergia.
“Vamos continuar fomentando o setor para garantir que Alagoas tenha um produto atrativo para o mercado nacional. Hoje o estado já tem benefícios de ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] ao setor sucroenergético, além da venda direta do etanol das usinas aos postos revendedores de combustíveis. Isso beneficia toda a cadeia produtiva, gera competitividade e, principalmente, ajuda na geração e na manutenção dos empregos. Juntos vamos avançar ainda mais”, destaca a secretária Carla Dantas.