Um relatório divulgado pela Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL), nesta quinta-feira (28), aponta que 31 idosos foram assassinados no estado ao longo do ano passado. O levantamento, elaborado pela Comissão Especial do Idoso da OAB/AL, aponta que os homens lideram as estatísticas e são as principais vítimas.
Foram contabilizadas, ao longo de 2021, doze mortes provocadas por arma de fogo e 12 por arma branca ou instrumentos contundentes. Também foram registrados cinco homicídios por espancamento e duas mortes por esganadura ou estrangulamento. Do total de vítimas, vinte e quatro são homens e sete são mulheres, conforme o relatório. A Ordem dos Advogados tem atuado acompanhando os casos junto à Polícia Civil e ao Ministério Público Estadual para garantir a apuração dos fatos e a punição dos responsáveis pelos crimes.
Os crimes ocorreram em Maceió, onde foram registrados seis casos, e no interior do estado, com 25 casos. Arapiraca, Rio Largo, Piaçabuçu, Mata Grande e São Sebastião registraram dois casos cada. Os números tomam como base dados disponibilizados pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) e informações divulgadas pela imprensa local.
Além de assassinatos, a Comissão Especial do Idoso tem registrado casos de crimes patrimoniais contra a pessoa idosa, retenção de cartões magnéticos para desvio de pensões ou proventos de idosos, denúncias de maus tratos, de cárcere privado, de isolamento, de negligência nos cuidados com o idoso e de espancamentos.
Segundo Gilberto Irineu, presidente da Comissão Especial do Idoso, com a divulgação do relatório, a OAB/AL espera chamar atenção para a situação de vulnerabilidade em que se encontra a população de pessoas idosas no estado. “Hoje nosso estado não conta sequer com um abrigo público para a população idosa”, destaca. “Estamos convocando toda a sociedade e os conselhos e entidades da pessoa idosa para se engajar nessa causa”, acrescenta Gilberto Irineu.
A presidente do Conselho Estadual da Pessoa Idosa, Maria Betânia Jatobá, ressaltou a iniciativa da Ordem e lembrou que esta é a primeira vez que o Conselho é convidado pela entidade para dialogar sobre políticas públicas para idosos. “A OAB tem um papel importantíssimo e tem sido muito parceira. Temos muito o que avançar e precisamos fortalecer a rede que atua na proteção e no cuidado ao idoso”, finaliza.