O Ministério Público Estadual (MPAL) conseguiu com uma atuação brilhante e firme, em júri na 7ª Vara da Capital, nesta quarta-feira (15), mais uma condenação. Apesar das justificativas da defesa, de que a ré não teria outra alternativa, senão matar, Cléa Fernando Máximo foi condenada a 20 anos e dois meses de prisão, em regime fechado, após sustentação e grande atuação do promotor de Justiça, Dênis Guimarães, reforçando o homicídio duplamente qualificado, além de ocultação de cadáver, cometido friamente e de forma calculada por interesses financeiros da autora.
O representante ministerial foi auxiliado pelo competente advogado João Uchôa e o júri presidido pelo juiz Felipe Mumgumba.
O julgamento teve início às 9h e perdurou até as 21h, contando com três testemunhas para o Ministério Público, entre elas Antônio Emílio Cicchelli, irmão da vítima, e outras três da defesa, representada pela advogada Júlia Nunes.
Para o promotor de Justiça, Dênis Guimarães, a preocupação era a formação do Conselho de Sentença em 100% feminino, pois poderiam se sensibilizar sem julgar a crueldade cometida por uma mulher.
“Esperávamos desde o início a condenação, apesar de o Conselho ser feminino acreditamos até o fim que entenderia que o Ministério Público não estava ali acusando uma mulher, mas uma assassina que, friamente planejou um crime, atraiu a vítima, depois escondeu o cadáver e conseguia ter, para todos, uma vida normal convivendo por 30 dias com um corpo em estado avançado de decomposição em casa. Mais que isso, tentou extorquir os familiares do senhor Cicchelli, prova mais do que nítida de que era ambiciosa e tinha a pretensão de lucrar com o relacionamento. Cumprimos o nosso dever de promover justiça, o entendimento do júri foi 100% em consonância com o MP, e ela foi feita. Agradeço o auxílio do colega Uchôa, o qual considero muito importante”, afirma Dênis Guimarães.
Após sua contribuição, também convicto do dever cumprido, o advogado João Uchôa parabenizou a postura do promotor Dênis.
“Gostaria de parabenizar o nobre promotor de Justiça Dr. Dênis Guimarães. Muito eloquente”, afirma Uchôa.
Crime
A alagoana disse à polícia que teria matado o italiano Carlo Chicchelii num ritual de magia negra, confessou que ele foi algemado, mas disse em sua versão que foi a pedido da vítima. O corpo ficou escondido por um mês em um dos cômodos da casa, envolvido em sacos plásticos e, para amenizar o mau cheiro, pelo estado avançado de decomposição, e também para não despertar a desconfiança dos vizinhos, colocou carvão, perfume e outros produtos.
Carlo Chicchelli e Cléa Máximo começaram a namorar em Turin, na Itália, onde eram vizinhos. Até que ele decidiu morar com ela em Maceió, no bairro da Ponta Grossa. Por dois meses a família do estrangeiro ficou sem notícias dele e começou a estranhar.
Cléa, por sua vez, passando-se pelo namorado, começou a manter contato pedindo dinheiro. Somente após algum tempo, ela confessou ser a responsável pelos contatos e criou versões para convencer a família a enviar os valores pedidos, entre elas que havia se envolvido com a filha de um traficante, estava escondido, ameaçado de morte e precisava do dinheiro para fugir, o que estranharam.