Os EUA começaram a fazer testes da vacina experimental contra o coronavírus e a primeira a receber uma dose foi uma mulher, a voluntária norte-americana Jennifer Haller.
Ela é de Seattle, uma das cidades mais afetadas pela Covid-19 no país. Jennifer Haller disse à rede de notícias MSNBC que tem sua temperatura tirada várias vezes ao dia e que é acompanhada por uma equipe médica constantemente.
“Estou contribuindo como parte do processo de descoberta… Todos nos sentimos tão impotentes. Esta é uma oportunidade incrível para eu fazer algo ” afirmou.
Haller trabalha como gerente de operações em uma pequena empresa de tecnologia e recebeu liberação do trabalho para participar do estudo, que ela ficou sabendo a partir de uma postagem no Facebook.
Segundo
O segundo voluntário a ser testado foi um homem, o engenheiro de redes Neal Browning.
Ele disse à agência Associated Press que resolveu ser testado por causa de suas filhas pequenas, que disseram estar orgulhosas do pai.
Os testes
Autoridades de saúde dos Estados Unidos informaram que os testes da vacina experimental começaram na última na segunda-feira, 16.
Por meio de um comunicado, o Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NIH) informou que o teste faz parte de um estudo que vai acompanhar 45 voluntários adultos saudáveis, com idades entre 18 e 55 anos, e deve durar ao menos seis semanas.
Previsão
Segundo a agência France Presse, todo o processo de criação da vacina deve durar entre 1 ano a 18 meses, porque serão necessários mais testes.
Os pesquisadores querem saber agora qual é o impacto de diferentes doses administradas por injeção e quais são seus efeitos colaterais.
A vacina
A vacina foi desenvolvida por cientistas e colabores do NIH, num trabalho conjunto com empresa de biotecnologia Moderna, com sede em Cambridge, Massachusetts.
A Coalizão de Inovações em Preparação para Epidemias (CEPI), com sede em Oslo, Noruega, também direcionou fundos para a implementação do medicamento.
“Encontrar uma vacina segura e eficaz para prevenir a infecção de Sars-CoV-2 é uma prioridade para a saúde pública” – Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas.
O coronavírus já infectou mais de 175.000 pessoas em todo o mundo desde que surgiu na cidade chinesa de Wuham, no final de dezembro.
Corrida contra o tempo
Laboratórios farmacêuticos e de pesquisa em todo o mundo correm para desenvolver tratamentos e vacinas contra o novo coronavírus.
Um tratamento antiviral chamado Remdesivir, desenvolvido pela American Gilead Sciences, já está nos estágios finais de testes clínicos na Ásia, e médicos na China relataram que ele demonstrou ser eficaz no combate à doença.
Mas eles ainda dependem de testes para saber a real eficácia.
Outra empresa americana, a Inovio, que está criando uma vacina baseada em DNA, comunicou que iniciará testes clínicos em abril.