10 anos sem Orkut: o legado que ainda ressoa nas redes sociais

Por: Redação / Olhar Digital  Data: 30/09/2024 às 18:32

O Orkut foi encerrado em 30 de setembro de 2014, deixando um legado de comunidades online autênticas em um cenário de redes polarizadas

10 anos sem Orkut: o legado que ainda ressoa nas redes sociais

A nostalgia em torno do Orkut é palpável, especialmente entre os brasileiros que consideram a rede como parte de sua identidade digital.

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10 anos sem Orkut: o legado que ainda ressoa nas redes sociais

Criado por Orkut Büyükkökten, o serviço foi lançado em 2004 e rapidamente se tornou uma das redes sociais mais populares do país, atingindo seu auge em 2008, com mais de 40 milhões de usuários ativos no Brasil. No entanto, a ascensão do Facebook e outras plataformas levou a uma queda significativa de popularidade, resultando no seu fechamento em 2014.

Com o encerramento, o Google se despediu do Orkut, citando a necessidade de focar em outras plataformas que estavam se tornando mais relevantes. Embora o Orkut tenha se tornado um relicário de memórias, ele deixou um forte legado no mundo online.

Recursos como os “scraps”, depoimentos e as comunidades permitiram que usuários interagissem de maneiras que muitas vezes foram substituídas por algoritmos complexos em redes sociais contemporâneas.

Reprodução

O legado do Orkut
O Orkut se destacou por suas características que promoveram a interação social genuína.
As comunidades permitiram discussões sobre interesses comuns e criaram um espaço para a troca de ideias, algo que muitos acreditam ter sido perdido nas redes sociais atuais, muitas vezes dominadas por conteúdo superficial e engajamento impulsionado por algoritmos.

Além disso, a plataforma oferecia um ambiente mais amigável e menos polarizado do que muitas redes sociais atuais, o que é uma preocupação crescente.

Em uma entrevista recente ao Estadão, Orkut Büyükkökten refletiu sobre as mudanças no cenário das mídias sociais nos últimos dez anos.

Ele expressou preocupação com a forma como as redes sociais evoluíram para se tornarem ambientes tóxicos, onde a desinformação e a polarização prevalecem.

“As redes sociais hoje estão se tornando plataformas de consumo de conteúdo, e não de comunidade”, destacou Büyükkökten, criticando a forma como a moderação é realizada nas redes contemporâneas.

O impacto da tecnologia e da comunidade
Büyükkökten argumentou que uma moderação eficaz deve combinar tecnologia, uma comunidade ativa e moderadores humanos. “O Orkut tinha uma moderação muito boa. Você não via conteúdos prejudiciais como agora, onde a toxicidade é uma realidade”, afirmou. Essa abordagem parece estar distante das práticas atuais, onde muitos usuários enfrentam ansiedade e depressão resultantes do consumo de conteúdos tóxicos nas redes sociais.

Enquanto o Orkut não está mais disponível, seu impacto e as lições aprendidas ainda são visíveis nas novas redes sociais que surgem. A busca por experiências autênticas e significativas na internet continua, especialmente entre a geração Z, que está cada vez mais desapontada com as plataformas dominantes. “Há um desejo por novas formas de interação que priorizem a comunidade e a felicidade”, concluiu Büyükkökten.