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Você é viciado em celular? Psicólogo compara smartphone com drogas

AlagoasWeb/Arquivo

Já abordamos aqui no Canaltech os perigos que a dependência da tecnologia pode trazer. No último dia 4, várias redes sociais, como Facebook, Instagram e WhatsApp, simplesmente ficaram fora do ar — o que levantou ainda mais essa questão. Na ocasião, um psicólogo espanhol chamado Marc Masip chamou a atenção ao comparar o vício em smartphones com o vício em drogas.

“Vocês percebem que é heroína pura? Feliz síndrome de abstinência”, escreveu o psicólogo no Twitter, no dia em que as outras redes ficaram fora de serviço.

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Em entrevista à BBC na última segunda (18), o psicólogo — que  trabalha com jovens para educá-los sobre o uso adequado da tecnologia e evitar a dependência — ressalta que a reabilitação da tecnologia que pode ser ainda mais difícil do que a das drogas, considerando que todos sabem que as drogas fazem mal, mas não têm noção do tamanho dos danos que as redes podem causar.

O smartphone é o ópio do povo?

Na ocasião, o psicólogo também explica sua comparação entre smartphone e heroína. Ele diz que, de modo geral, quando não dispomos da tecnologia, como acontece quando o WhatsApp ou o Facebook caem, sentimos um mal-estar, uma síndrome de abstinência. O paralelo é traçado quando ele fala que, no início, o consumo de heroína não parece ser tão ruim e nocivo quanto fica com o passar do tempo. Masip acrescenta que há consequências para a saúde mental, que ainda não entendemos, devido ao abuso do telefone celular.

Masip ressalta que já se trabalha em clínicas de desintoxicação, porque o vício pode levar a problemas de saúde mental graves e até físicos, e os especialistas analisam atualmente consequências no desempenho acadêmico dos jovens, acidentes de trânsito que podem levar ao pior, ansiedade, estresse, frustração e até transtornos alimentares desencadeados pelo conteúdo consumido no Instagram. O pior de tudo, na opinião do profissional, é como o humor das pessoas muda para pior quando ficam sem Facebook ou WhatsApp.

No que diz respeito a um tratamento, Masip menciona reeducação sobre o bom uso das redes e das telas, o que descreve como uma tarefa muito complicada. “Quando você lida com o vício em drogas, parte do pressuposto que é socialmente mal visto. As pessoas presumem que fumar, beber e se drogar faz mal. Com as tecnologias é mais difícil porque não se trata de deixar de usá-las. O que você tem que fazer é reeducar para que sejam melhor utilizadas. E não é nada fácil quando todo mundo ao seu redor também está usando”, conclui.

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