No momento em que uma pandemia faz milhares de mortos, a CBF demorou a agir. A decisão ficou, então, nas mãos das federações, que adotaram decisões repletas de contradições e falta de lógica.
Em São Paulo, portões fechados na capital e abertos no interior, como se o público não transitasse de uma cidade a outra. No Rio Grande do Sul, jogadores do Grêmio entraram com máscaras em campo, em sinal de protesto.
No Rio, o Flamengo jogou mesmo depois que Maurício Gomes de Mattos, vice-presidente de marketing e comunicação do clube, foi diagnosticado com o coronavírus e viajou de avião com todo o elenco.
Absurdos com o aval das autoridades: “O contato é entre os jogadores, aí é risco deles”, afirmou Wilson Witzel, governador do Rio. No Paraná, o Athletico criticou em nota a realização do clássico contra o Coritiba, “como se estivéssemos vivendo dias de normalidade”.
Enquanto isso, os casos de contágio vão crescendo no Brasil, o que pode ser freado não só com todas as medidas de higiene, mas, sobretudo, o veto a aglomerações e o isolamento social da população. Dada a sua irrelevância, seria muito simples interromper (ou até cancelar) a disputa dos estaduais.
Não é momento de discutir valores, contratos de TV, pontuação, título e rebaixamento. É hora de salvar vidas. Até ontem, o futebol brasileiro lavou as mãos. E não como médicos recomendam.
O QUE ROLOU NA RODADA
Carioca. Honda estreou com gol de pênalti, mas o Botafogo apenas empatou por 1 a 1 com o Bangu. O Fluminense derrotou o Vasco por 2 a 0, gols de Evanílson e Fernando Pacheco e tem a melhor campanha da Taça Rio. No sábado, com gols nos minutos finais, o Flamengo fez 2 a 1 na Portuguesa.
Paulista. O Corinthians empatou por 1 a 1 com o Ituano e, caso o Guarani vença a Ponte Preta hoje, praticamente elimina o Timão, que segue com risco de rebaixamento. O resultado ainda ajudou um rival: o São Paulo, que venceu o Santos por 2 a 1 no sábado, está garantido nas quartas de final.
Mineiro. O técnico Adílson Batista foi demitido após a derrota do Cruzeiro por 1 a 0 para o Coimbra. A Raposa está em quinto lugar. No sábado, o Atlético derrotou o Villa Nova por 3 a 1 na estréia de Jorge Sampaoli. O Galo ocupa a terceira posição, três pontos atrás do América e dois atrás do Tombense.
Gaúcho. Com dois de Nonato, o time misto do Internacional goleou o São José por 4 a 1. O Grêmio manteve o 100% no segundo turno ao vencer o São Luiz de virada por 3 a 2 – Thiago Neves marcou seu primeiro gol pelo clube.
Outros resultados
NE: Ceará 2 x 1 Sport | América-RN 0 x 2 Bahia | Náutico 0 x 3 Fortaleza
PR: Coritiba 4 x 0 Athletico
RAPIDINHAS
Ronaldinho Gaúcho.
Um mecânico e um auxiliar de contabilidade
afirmaram em depoimento à Polícia paraguaia que fizeram os pedidos de confecção
dos documentos falsos para o ex-jogador e seu irmão, Assis, que custaram US$ 18
mil. Ronaldinho está detido em Assunção desde o dia 6 de março.
Vôlei.
O comitê de crise da
Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) decidiu pela paralisação de todos os
jogos da Superliga e Superliga B por 15 dias como parte do esforço de contenção
da disseminação do coronavírus.
MMA. Sem a presença de público, a luta principal do UFC Brasília teve vitória do brasileiro Charles do Bronx sobre Kevin Lee. Também no card principal do evento, Gilbert Burns nocauteou Demian Maia, Francisco Massaranduba venceu John Makdessi e Johnny Walker caiu contra o ucraniano Nikita Krylov.
Neymar. Segundo a ESPN, o PSG aceita negociar Neymar na janela de transferências de verão. Leonardo, diretor do clube parisiense, estipulou o valor de 150 milhões de euros para liberar o brasileiro (R$ 786 milhões).