Na segunda-feira (1), o Brasil confirmou o primeiro caso da variante Arcturus da covid-19, conhecida oficialmente como XBB.1.16 e associada com casos de conjuntivite em crianças. A infecção pela cepa foi identificada em um idoso, de 75 anos, na cidade de São Paulo. O paciente está bem e, antes do caso, já tinha recebido a dose de reforço bivalente da vacina.
A Arcturus é considerada uma Variante de Interesse (VOI) pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Encontrada pela primeira vez na Índia no começo deste ano, a cepa da covid-19 já se espalhou para mais de 30 países, incluindo Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e, agora, Brasil.
Até o momento, a OMS entende que o risco para a saúde pública global está controlado e não há dados de que a cepa descendente da Ômicron esteja relacionada com formas mais graves da covid-19, mas se sabe que a nova variante é mais transmissível que as anteriores, podendo se tornar predominante. Por enquanto, a Kraken (XBB.1.5) ainda é a cepa mais comum da doença no globo.
O que sabemos sobre o primeiro caso da variante Arcturus no Brasil?
Apesar do primeiro caso da Arcturus ter sido divulgado apenas ontem, o paciente infectado pela nova cepa deu entrada no hospital há quase um mês, indicando que a variante já pode ter ampla circulação na cidade de São Paulo.
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), o paciente, de 75 anos, buscou atendimento em um hospital privado da capital no dia 7 de abril. Naquele momento, ele apresentava os sintomas de síndrome gripal e febre persistente. O indivíduo só recebeu alta na última quinta-feira (27), tendo passado 20 dias no hospital.
Antes mesmo da infecção, o idoso já estava acamado e apresentava comorbidades. Ele também tinha tomado o reforço da vacina bivalente, desenvolvido especificamente contra as cepas descendentes da Ômicron, como a Arcturus.
Em nota, a SMS destaca alguns dos sintomas causados pela nova variante da covid-19, como irritação nos olhos — similar a uma conjuntivite —, tosse seca e episódios febris. Médicos de outros países também confirmaram sintomas semelhantes.
Reforço da vacina bivalente contra a covid-19
Vale lembrar que São Paulo é uma das poucas capitais brasileiras que ainda não liberou as doses da vacina bivalente para toda a população com mais de 18 anos. No município, as doses adaptadas contra a Ômicron e suas descendentes, como a Arcturus, estão disponíveis apenas para quem tem mais 40 anos ou indivíduos com mais de 12 anos e alto nível de imunossupressão (problemas graves envolvendo o sistema imunológico).