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Traficante associado a Plabo Escobar responsável por mais 3 mil assassinatos morre em presidio

Joaquin Sarmiento/AFP

Popeye foi condenado à prisão perpétua em 1992 por terrorismo, homicídio, tráfico e outros crimes, ele ficou 23 anos preso

Morreu na madrugada desta quinta-feira (6) na Colômbia o narcotraficante John Jairo Velázquez Vázquez, 54. Mais conhecido como Popeye, ele é considerado o principal e mais cruel assassino da história do cartel de Medellín, organização que foi chefiada por Pablo Escobar.

O sicário (termo usado para identificar os assassinos que trabalham para os cartéis) foi condenado por ter matado mais de 200 pessoas, incluindo sua própria mulher, e de estar por trás do planejamento ou de fazer parte da execução de vários atentados que causaram a morte de mais de 3 mil pessoas.

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Popeye — que era homem de confiança de Escobar — estava preso, mas tinha sido transferido no final do ano passado a um hospital por conta da metástase de um câncer no esôfago.

Condenado à prisão perpétua em 1992 por terrorismo, homicídio, tráfico de drogas e outros crimes, ele ficou 23 anos preso, obtendo a liberdade em 2014. Quatro anos depois, porém, voltou a prisão e respondia a um processo por tentar extorquir famílias do Departamento de Antioquia — região onde o cartel operava — que tinham ficado com propriedades antes controladas pela facção criminosa.

Um dos crimes mais famosos que ele participou foi o assassinato do então candidato à Presidência da Colômbia, Luis Carlos Galán, em 1989. Galán, que estava em plena campanha eleitoral e era um feroz crítico da atuação dos carteis de droga no país, foi morto a tiros durante um comício para 20 mil pessoas na cidade de Soacha, na região metropolitana de Bogotá.

Naquele mesmo ano, o cartel de Medellín mirou o sucessor de Galán como candidato do Partido Liberal, César Gavíria — que acabaria vencendo as eleições no ano seguinte. Popeye planejou matá-lo num atentado contra um avião da Avianca em que supostamente Gavíria viajaria, mas o então candidato mudou de planos na última hora e acabou escapando. A aeronave foi derrubada, matando as 107 pessoas a bordo.

Também em 1989, o cartel usou 500 kg de dinamite para explodiram a sede da Dian (o órgão aduaneiro do país), matando mais de 60 pessoas e ferindo mais de 600.

Popeye também era conhecido por ser o estrategista que planejava o sequestro de autoridades e figuras públicas. A tática era usada para pressionar o governo colombiana a tomar ações que beneficiassem os narcotraficantes — como, por exemplo, evitar a aprovação de uma lei que permitiria que os criminosos fossem extraditados para os Estados Unidos (EUA).

Assim, o cartel de Medellín foi responsável por mais de 250 sequestros, entre eles o do hoje ex-presidente Andrés Pastrana e o de Francisco Santos, ex-vice-presidente e atual embaixador da Colômbia nos EUA. A história do sequestro de Santos, assim como o de outras personalidades, é contada no livro “Notícia de um Sequestro” , do escritor e jornalista colombiano Gabriel García Márquez (1927-2014), vencedor do Nobel de Literatura em 1982.

Popeye gostava de dar longas entrevistas, relatando os crimes do cartel, em alguns casos pedindo desculpas, em outros criticando Pablo Escobar. Mas para muitos, incluindo os familiares de Escobar, o antigo assassino distorcia a história a seu favor.

O sicário ganhou, inclusive uma série de ficção da Netflix sobre sua vida, “Sobrevivendo a Escobar, Alias JJ”. Ele também lançou livros sobre sua atuação no cartel e chegou a tentar se lançar como youtuber, criando um canal de vídeos no qual contava sua história.

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