Moradores relataram que um carro chegou atirando
Uma festa junina em Anchieta, Zona Norte do Rio de Janeiro, terminou em tiroteio na madrugada deste domingo (28). Pelo menos cinco pessoas morreram – ao todo, segundo a Polícia Civil, 12 foram baleadas.
Entre os mortos, está uma criança de 10 anos.
A Delegacia de Homicídios da Capital informou que os cinco homicídios e as sete tentativas de homicídio tiveram a participação de integrantes de organizações criminosas de narcotraficantes. Segundo a polícia, a motivação foi a disputa territorial pelo controle da venda de drogas na localidade.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, ela e três homens já chegaram mortos à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Ricardo de Albuquerque, também na Zona Norte.
A quinta morte foi de um homem, já na manhã deste domingo. Ele foi transferido para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha.
Tiros vieram de um carro
Nas redes sociais, moradores relataram que um carro chegou atirando. Rayanne Lopes, estava com o pai na festa, segundo os moradores. A festa foi montada na Rua Ernesto Vieira, próximo à comunidade Ás de Ouro.
Naum Henrique Silva Lopes, 35 anos, tentou proteger a filha , mas foi baleado nas costas. A menina foi atingida por um tiro no tórax, de acordo com informações da secretaria Estadual de Saúde.
Mortos identificados:
- Yuri Lima Vieira
- Josué de Oliveira Xavier
- Rayanne Lopes
- Yan Lucas Soares Gomes
- Antônio Marcos Barcelos Pereira Júnior
Em nota, a Polícia Militar informou que equipes do 41º BPM (Irajá) foram acionadas para checar a entrada de vítimas de disparos de arma de fogo na UPA. “Quatro pessoas não resistiram”, disse.
Na manhã deste domingo, moradores registraram ( em vídeo) marcas de tiros nas paredes de uma casa e manchas de sangue na calçada. Em um outro vídeo que circulava nas redes sociais era possível ver o local e os carros da polícia após o tiroteio.
A Delegacia de Homicídios da Capital informou que as lideranças que participaram do ataque estão sendo identificadas e serão responsabilizadas criminalmente.
Festas de qualquer espécie continuam proibidas pelo governo do estado, dentro das medidas de restrição contra a Covid-19.
Operações suspensas
Em nota, a Polícia Civil informou que qualquer ação policial na localidade para a prisão dos responsáveis “por mais esse crime bárbaro, necessitará de forte aparato operacional, com emprego de blindados e helicópteros para resguardar a integridade física dos policiais responsáveis pelas investigação”. No entanto, a polícia diz que “não poderá ser realizado no momento, diante de decisões judiciais que restringem as operações policiais e o sobrevoo da nossa aeronave em comunidades num raio de dois quilômetros de distância de escolas e creches, ainda que fechadas, e hospitais.”
A Secretaria de Estado de Polícia Civil informou que “cumpre as ordens judiciais e espera que as decisões restritivas de operações policiais no Estado do Rio de Janeiro sejam revertidas o quanto antes para o retorno das atividades policiais na sua plenitude.”