Taxas de vacinação infantil estagnam e não recuperam níveis pré-pandemia

Por: Redação / Com iG Último Segundo  Data: 15/07/2024 às 09:55

Em comparação com 2019, cerca de 2,7 milhões de crianças a mais não foram vacinadas

Taxas de vacinação infantil estagnam e não recuperam níveis pré-pandemia
Taxas de vacinação infantil estagnam e não recuperam níveis pré-pandemia

As taxas de vacinação infantil no mundo continuam estagnadas e não atingiram os níveis anteriores à pandemia de Covid-19, conforme alertou a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira.

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Taxas de vacinação infantil estagnam e não recuperam níveis pré-pandemia

Em comparação com 2019, cerca de 2,7 milhões de crianças a mais não foram vacinadas ou receberam vacinas de forma incompleta em 2023, segundo um comunicado conjunto do Unicef e da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Os últimos números demonstram que muitos países continuam desassistindo muitas crianças”, lamentou a diretora-executiva do Unicef, Catherine Russell.

Em 2023, 84% das crianças, ou seja, 108 milhões, receberam três doses da vacina contra difteria, tétano e coqueluche (DTaP), sendo a terceira dose um indicador crucial da cobertura mundial de vacinação, conforme dados das agências da ONU. Essa porcentagem não mudou desde o ano passado, indicando que os modestos avanços observados em 2022, após a forte queda devido à Covid-19, foram interrompidos. Em 2019, a taxa era de 86%.

“Estamos atrasados”, admitiu à imprensa Kate O’Brien, responsável pela vacinação na OMS.

Em 2023, 14,5 milhões de crianças no mundo eram consideradas “zero dose”, ou seja, não haviam recebido nenhuma dose de vacina, um aumento em relação aos 13,9 milhões em 2022 e aos 12,8 milhões em 2019.

Metade das crianças não vacinadas vive em 31 países afetados por conflitos. Além disso, 6,5 milhões de crianças no mundo não receberam a terceira dose da vacina DTaP, essencial para assegurar a proteção contra doenças em lactantes e crianças pequenas.

Essas disparidades na cobertura de vacinação favorecem o desenvolvimento de doenças como o sarampo. “Os surtos de sarampo são um sinal de alerta, que revelam lacunas na vacinação e atingem os mais vulneráveis”, declarou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, no comunicado.

Em 2023, 83% das crianças no mundo receberam a primeira dose da vacina contra o sarampo através dos serviços de saúde básicos, mantendo o mesmo nível de 2022, mas ainda abaixo dos 86% registrados antes da pandemia. Mais de 300.000 casos de sarampo foram registrados em 2023, quase três vezes mais que o ano anterior, destacou Ephrem Lemango, responsável pela vacinação no Unicef.

Pelo menos 103 países experimentaram surtos de sarampo nos últimos cinco anos. No entanto, 91 países com sólida cobertura de vacinação contra o sarampo não relataram nenhum surto.

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