A forrozeira Solange Almeida, 47, contou que quase abandonou a carreira pelo uso de cigarros eletrônicos. Segundo ela, o consumo excessivo da nicotina presente no dispositivo afetou as suas cordas vocais. Solange se tornou dependente do aparelho durante a pandemia.
“Eu perdi toda a vontade do mundo de cantar. Comecei a ficar com a mucosa ressecada, dificuldade para cantar e para respirar. Eu esperava meu marido dormir para fazer uso do cigarro. Acordava cedo e ia para padaria, já tinha um cigarro no meu carro. A coisa estava fugindo completamente do meu controle”, disse a uma emissora de televisão.
No desabafo, acompanhado de um alerta para quem usa o aparelho, ela ainda disse que foi ‘fisgada’ pelo sabor da substância. Para reconstruir a carreira, Solange precisou de muitas sessões de terapia e acompanhamento de um fonoaudiólogo.
“É um começo da nova Solange, depois desse uso indevido do cigarro eletrônico, que quase culminou na perda total da minha voz e do meu emocional por inteiro. Me tirou do chão, de verdade. Eu não conseguia atingir os tons na mesma facilidade que eu tinha antes. Me vi no olho de um furacão, sem conseguir dormir, por causa do uso e depois em decorrência da abstinência do cigarro”, relatou.
No Brasil, o uso desses aparelhos é proibido desde 2009, mas a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) mostra que o uso tem se tornado cada vez mais frequente, principalmente entre os mais jovens. De acordo com o documento, em 2019, 16,8% dos estudantes de 13 a 17 anos já haviam experimentado o cigarro eletrônico. Na faixa de 13 a 15 anos, a prevalência foi de 13,6%. Entre os jovens com 16 até 17 anos, de 22,7%.