Sobrado dos Portugueses: o marco da imigração lusitana esquecido em São Miguel dos Campos

Redação / AlagoasWeb com auxlio de IA 02/08/2025

Falta de cuidado e investimentos na preservação da estrutura resultou em sua degradação completa

Sobrado dos Portugueses: o marco da imigração lusitana esquecido em São Miguel dos Campos
Sobrado dos Portugueses: o marco da imigração lusitana esquecido em São Miguel dos Campos (imagens: reprodução)

Na movimentada Rua Barão de Jequiá, no Centro de São Miguel dos Campos, existiu por décadas uma construção que abrigava mais do que paredes e janelas: o Sobrado dos Portugueses, um dos poucos registros da imigração europeia no interior de Alagoas.

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Sobrado dos Portugueses: o marco da imigração lusitana esquecido em São Miguel dos Campos

Construído no final do século XIX, o imóvel é hoje apenas memória – demolido em 2009 após anos de abandono –, mas ainda carrega um peso simbólico na história miguelense.

O sobrado foi lar do casal de imigrantes Maria Portuguesa e Mestre Lucas, portugueses que chegaram a Alagoas em busca de novas oportunidades.

Mestre Lucas trabalhou na tradicional Fábrica de Tecidos Sebastião Ferreira, enquanto o sobrado, com sua imponente arquitetura de influência ecletista e neoclássica, abrigava a família com seus sete filhos.

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Com a separação do casal, Maria Portuguesa permaneceu no imóvel com os filhos, mantendo vivo o espírito acolhedor do lugar. Tempos depois, a propriedade foi vendida ao Sr. Edgar Gomes, que deu nova vida ao espaço: ali funcionaram lojas, escritórios, grupos musicais e até abrigo para pessoas em situação de vulnerabilidade.

Infelizmente, a falta de cuidado e investimentos na preservação da estrutura resultou em sua degradação completa e, em 2009, o sobrado foi demolido, apagando do cenário urbano um pedaço importante da história de São Miguel dos Campos e da presença portuguesa em Alagoas.

A perda do Sobrado dos Portugueses não é apenas arquitetônica – é também cultural e afetiva. Ele simboliza a fragilidade da memória urbana diante do abandono e da ausência de políticas de preservação patrimonial. Sua lembrança, no entanto, sobrevive nos registros e na memória da cidade, graças a nomes como o do escritor Ernande Bezerra de Moura, que resgata histórias esquecidas e reforça a importância de valorizar os vestígios do passado antes que eles desapareçam para sempre.

A história do sobrado é um alerta: preservar é também contar quem somos e de onde viemos.

Construído no final do século XIX, o imóvel é hoje apenas memória


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