Marcos Nonato Arraes é um dos vencedores da Mega-Sena da Virada – dos R$ 304,2 milhões do prêmio total, ele levará R$ 2,9 milhões para casa. O pecuarista de 70 anos foi um dos compradores das 26 cotas do bolão realizado em uma casa lotérica de Juscimeira (MT), mas disse que não houve emoção em sua reação. O motivo? A idade.
“A emoção é… Não tem emoção, a gente é acostumado a trabalhar, né. Velho não pode ter emoção, porque se velho tiver emoção, morre. Eu jogo há muito tempo, faz muito tempo que eu jogo. Tenho filho, tem família. Vamos ver o que meus filhos vão fazer, tenho cinco filhos”, contou.
A entrevista do pecuarista foi realizada pelo programa “MT1”, da TV Centro América, afiliada da Globo em Cuiabá. Marcos Nonato Arraes fez aniversário hoje, no dia em que falou com a repórter, mas disse que o prêmio não é um presente maior do que sua esposa.
“Vou passar mais uma que você não sabe: hoje é meu aniversário. É bom demais, né? Velho não pode fazer aniversário porque fica muito alegre e é perigoso morrer. Toda a vida, a vida é essa, né? O presente maior que eu ganhei foi a minha velha há 46 anos”, respondeu ele.
Ele não quer deixar a região de Juscimeira. “Faz 40 anos que eu moro aqui. Não saio daqui. Quem jogou e não ganhou tem de continuar jogando. Uma hora ganha, né? Pessoa de idade não tem que se emocionar. Fico feliz por ter ganhado, mas emoção também não, né?”, disse.
Segundo a emissora, ele pagou R$ 107,94 pelo bilhete e receberá um prêmio de R$ 2,9 milhões pela cota adquirida. O bolão com 26 apostas foi organizado por Jaqueline, funcionária da lotérica. No entanto, ela não comprou uma das cotas.
“Eu vim fazer mais um joguinho e agradecer à menina [Jaqueline], dar uma gorjeta para ela”, afirmou Marcos. A moça foi chamada pela repórter e disse que fez todas as 26 apostas na máquina. “Não precisa, não. A gente fica feliz por cada um deles, todos os ganhadores”, relatou.
Foi Jaqueline, então, que ligou para a casa de Marcos e informou que ele estava entre os ganhadores. “Sou sempre eu que ligo para ele falando que tem um bolão”, completou a funcionária da lotérica. “Tem vezes que ela paga para mim, e depois eu venho pagar, né, filha?”, lembrou ele.
“Eu não sei como é que ela faz na máquina, só sei que ela me liga e diz que está pronto. Eu não assisti ao sorteio não. Foi ela que deu a notícia, aí meu genro conferiu”, disse o pecuarista, que disse não ter medo de dar entrevista: “Eu não tenho questão, não tenho por quê. Não sou assombrado”.