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Reino Unido acha novo vírus mutante e amplia lockdown

Reprodução
Novas medidas devem afetar 6 milhões de pessoas, segundo a BBC

O governo do Reino Unido disse nesta quarta (23) ter identificado uma segunda mutação do coronavírus com maior risco de contágio e anunciou que mais partes do país entrarão em lockdown. As novas medidas devem afetar 6 milhões de pessoas, segundo a BBC.

Matt Hancock, ministro da Saúde, afirmou que a segunda nova versão mais infecciosa do coronavírus veio da África do Sul. “Essa nova variante é altamente preocupante, porque é ainda mais transmissível, e parece ter mutado ainda mais do que a nova variação encontrada no Reino Unido [no sábado]”, disse o ministro. Até agora, foram identificados dois casos da segunda nova cepa no país.

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Por conta disso, o Reino Unido restringirá a entrada de viajantes vindos da África do Sul.

Zweli Mkhize, ministro da Saúde sul-africano, disse que o país tem detectado uma alta nos casos com essa variação, e que ela tem atingido especialmente pessoas mais jovens sem fatores de risco. Após serem infectados, pacientes tiveram complicações sérias.

“As duas [cepas] parecem ser mais transmissíveis. Nós temos mais evidências da variante encontrada primeiro no Reino Unido, porque estamos estudando ela com grande detalhamento. Ainda estamos aprendendo sobre a da África do Sul”, disse Susan Hopkins, do departamento de Saúde Pública da Inglaterra.

No sábado, o governo britânico divulgou que uma nova cepa do coronavírus estava se espalhando rapidamente pelo país e que ela parecia ser até 70% mais contagiosa.

Depois disso, mais de 40 países decidiram barrar viajantes vindos do território britânico, incluindo europeus como Alemanha e Itália. O Brasil e os Estados Unidos seguem permitindo as viagens.

Nesta quarta (23), houve uma reabertura parcial da circulação entre o Reino Unido e a França, marcada por protestos de caminhoneiros por conta da lentidão no processo e da falta de informações.

Pela primeira vez desde domingo (20), vários veículos de passageiros puderam cruzar o canal da Mancha e chegaram ao porto de Calais, na França.

No entanto será preciso vários dias até que a situação se normalize. Na noite de terça (22), havia cerca de 4.000 caminhões parados perto do porto de Dover, e mais 3.000 em um aeroporto desativado nos arredores, esperando para fazer a travessia, de balsa.

Pelo acordo feito entre França e Reino Unido, os caminhoneiros só poderão entrar em território francês se apresentarem um teste negativo de Covid-19. A demora no procedimento gerou revolta, e um grupo de motoristas entrou em confronto com policiais e soou as buzinas em protesto.

As reservas de comida que eles levaram estão acabando, e há reclamações também porque o atraso fará com que muitos deles não consigam voltar para casa a tempo de passar o Natal com a família.

Mutações em vírus, como as duas encontradas recentemente no Reino Unido, são corriqueiras. Conforme o patógeno se reproduz, as novas versões possuem detalhes levemente diferentes das anteriores. Com o tempo, variações mais eficientes acabam se proliferando mais.

Os britânicos enfrentam forte alta nas infecções pelo coronavírus. O levantamento desta quarta registrou 744 mortes em 24 horas e quase 40 mil novos casos. Há 2.000 novas internações diárias, e quase 19 mil pessoas estão hospitalizadas. Os números não eram tão altos desde abril.

“Contra esse cenário de alta de infecções, internações e mortes por coronavírus, é completamente vital agirmos”, disse o ministro da Saúde. “Simplesmente não poderemos ter o tipo de Natal que todos ansiamos.”

A partir de sábado (26), mais regiões do sul do país serão colocadas na fase 4 de restrições, na qual já estão Londres e outras cidades. As medidas passarão a valer em lugares como Sussex, Norfolk e Oxfordshire. Com isso, 43% da população estará sob esse lockdown.

A fase 4 determina o fechamento de lojas não essenciais e de atividades de entretenimento em ambientes fechados. Reuniões internas com pessoas que moram em casas diferentes são proibidas.

Os governos da Escócia e da Irlanda do Norte, que integram o Reino Unido, também anunciaram que seus cidadãos terão novas restrições.

Nesta quarta, a Irlanda do Norte confirmou um caso positivo da nova variante do vírus em seu território e afirmou que é provável que a mutação já esteja circulando há algum tempo no país. Israel confirmou quatro casos, três deles levados por viajantes oriundos do Reino Unido que já estão em isolamento, segundo o ministério da Saúde.

Quem viajar do Reino Unido para Nova York estará sujeito a quarentena, informou o prefeito da cidade, Bill de Blasio, nesta quarta. Oficiais farão visitas aos locais de hospedagem para averiguar se o isolamento está sendo cumprido.

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