Tecnologia é questionada porque invade a privacidade
A tecnologia de reconhecimento facial, na qual câmeras utilizam as características do rosto de uma pessoa para identificá-la, foi determinante, no domingo (1º), para a prisão de três pessoas no Rio de Janeiro. Na capital fluminense, as câmeras de segurança avisam as autoridades policiais em casos de reconhecimento de indivíduos que estejam com mandados de prisão ou busca e apreensão em aberto.
Duas pessoas foram presas no Estádio Maracanã, que sediou o jogo Flamengo x Palmeiras. De acordo com a Polícia Militar (PM), uma mulher foi detida em um dos acessos ao estádio. Contra ela, havia um mandado de busca e apreensão.
Um homem foi preso quando estava próximo à estátua de Belini, ao ser reconhecido pelo sistema de câmeras, que alertou as equipes da PM. Contra ele havia um mandado de prisão por roubo.
O terceiro caso ocorreu em Copacabana, com a prisão de uma mulher, próximo ao Posto 4, contra quem havia um mandado de busca e apreensão. Quando a mulher passou perto das câmeras de reconhecimento, o sistema foi acionado e mobilizou os policiais mais próximos.
O reconhecimento facial é uma tecnologia ainda em desenvolvimento em vários países e que começa a ser usada mais intensamente no Brasil. No Rio, já vem sendo utilizado de forma experimental, com casos de sucesso e também de enganos, levando à detenção de pessoas inocentes, erroneamente identificadas. Essas pessoas só são liberadas depois de chegar a uma delegacia de polícia.
O uso dessa tecnologia é polêmico, pois, ao mesmo tempo em que pode ser útil à polícia, também cria um ambiente em que as liberdades civis passam a ser questionadas, aumentando o monitoramento de todas as pessoas, com prejuízo à privacidade.
A China é um dos países que mais investe na nova tecnologia. No Brasil, além de câmeras instaladas nas ruas e em estádios, também há equipamentos nas entradas de shopping centers.