Muito provavelmente, você já escutou alguma história — ou teoria mirabolante — sobre os supostos riscos associados ao uso de um micro-ondas. Na mesma linha de raciocínio, os aparelhos celulares são alvos contantes desses alertas de risco para a saúde humana e, principalmente, para o cérebro. Isso porque, supostamente, a energia de radiofrequência do smartphone aumentaria o risco de câncer, por exemplo. No entanto, especialistas confirmam que os produtos de telefonia móvel são seguros.
A partir das informações atualmente disponíveis e de evidência científicas acumuladas há mais de duas décadas, a agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA) — responsável pela fiscalização e regulamentação de alimentos e remédios — considera não existir relação conhecida entre o uso de aparelhos celulares e algum problema de saúde.
Isto considerando os limites de exposição à radiofrequência estabelecidos pela Federal Communications Commission (FCC) dos EUA. Por outro lado, número de casos de câncer no sistema nervoso, curiosamente, diminuiu nos últimos 15 anos entre os norte-americanos.
Celulares e radiação não ionizante
Embora celulares emitam radiação, as ondas de rádio, de TV e de fornos micro-ondas também são consideradas formas de radiação. Em comum, estes 4 tipos são o que a ciência chama de radiação não ionizante. Em outras palavras, elas têm baixa frequência e baixa energia, e não causam danos ao organismo humano, como os raios-X.
De acordo com o National Cancer Institute, “não há atualmente nenhuma evidência consistente de que a radiação não-ionizante aumente o risco de câncer em humanos. O único efeito biológico consistentemente reconhecido da radiação de radiofrequência em humanos é o aquecimento”.
Celular causa câncer?
Para garantir que as avaliações sobre o uso de aparelhos celulares se mantenham atualizadas — e seguras —, médicos, cientistas e engenheiros da FDA analisam regularmente estudos e publicações científicas em busca de evidências dos efeitos na saúde da exposição à energia de radiofrequência.
O consenso atual foi construído com base em quase 30 anos de evidências científicas sobre a radiação não ionizante e, até agora, nunca se comprovou o vínculo entre esta energia e o aparecimento de problemas de saúde, como o câncer.
Por outro lado, a FDA também monitora e analisa dados de saúde pública sobre as taxas de câncer na população dos EUA. “Os dados demonstram, claramente, que não houve aumento generalizado de câncer no cérebro nem outros tipos de câncer do sistema nervoso nos últimos 30 anos, apesar do enorme aumento no uso de telefones celulares durante esse período. Na verdade, a taxa de câncer de cérebro e de outros cânceres do sistema nervoso diagnosticados nos Estados Unidos diminuiu nos últimos 15 anos ou mais”, afirma a agência.