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Quatro equipes de Alagoas disputam vaga em torneio nacional de robótica

Reprodução

Telhado resistente, placas de isolamento antichamas e até cerâmica imune a bactérias e fungos estão entre os projetos desenvolvidos por alunos do SESI

A pouco mais de um mês da etapa nacional do Torneio de Robótica FIRST LEGO League 2020, quatro equipes do SESI de Maceió (AL) se preparam para disputar a seletiva regional, em Salvador (BA), em fevereiro. Na competição, os alunos vão apresentar projetos pautados na melhoria da vida nas grandes cidades.  

O estudante Eduardo Lopes, de 14 anos, integrante da equipe “Cambtec”, conta que o grupo chegou ao projeto chamado de Acusticoco a partir de problema observado na própria escola. “Atrás da nossa escola tem uma linha férrea. A cada 30 minutos, passa um veículo ferroviário. Tem que interromper as aulas, fora o barulho. Além disso, temos uma avenida na frente. Esse barulho todo pode causar várias doenças, [como] surdez, e tem ainda a falta de atenção e a dificuldade de aprendizagem”, relata. 

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A solução encontrada por Eduardo e os colegas foi criar um isolamento acústico para paredes, com baixo custo, feito a partir de água, nylon e fibra de coco. Enquanto uma placa acústica com a mesma função no mercado, segundo a equipe, custa entre R$ 30 e R$ 130 o metro quadrado, a criada por eles não sai por mais de R$ 1,50. “Tem vários isolamentos que pegam fogo fácil, como no caso da boate Kiss, e o nosso não é inflamável. Mas, caso queime, a fumaça não é tóxica. Além disso, é barato e, por isso, será popular em Alagoas porque a produção de coco é grande”, garante.

Já a equipe “Robocamb” desenvolveu um projeto para melhorar as estruturas das casas, principalmente a cobertura. Isso porque, segundo os alunos, os telhados de madeira perdem cerca de 30% da capacidade de resistência por conta da umidade. Atentos a isso, criaram um telhado feito de raspas de pneu, resina, fibra de vidro e um catalisador (TEEF). “Após estudos identificamos a problemática. Estrutura de madeiras, de ripas, se decompõem por vários motivos, como cupim, fogo e umidade. Várias casas, não só em Alagoas, já desabaram por isso”, justifica Eduardo Monteiro, 14 anos, integrante do grupo.

Para o jovem, estar em contato com robótica, participando de torneios e competições, será um diferencial para conseguir uma vaga no mercado de trabalho. “São competições que os jovens podem se desenvolver em várias áreas. A competição é muito enriquecedora. A gente aprende coisas que não aprenderia na sala de aula, nem na faculdade, e vamos levar para a vida toda”, pondera. 

Cerâmica antibacteriana

Pensando na segurança de pacientes, a equipe “Roboben” elaborou um piso especial que pode solucionar um problema comum em hospitais e clínicas. “É a questão da infecção hospitalar, proveniente muitas vezes de contaminação por bactérias e fungos. Estamos trabalhando para impedir em paredes e chão por meio de uma linha de produção de cerâmicas que sejam imunes”, conta o técnico Eduardo Cerqueira.

O projeto, segundo Eduardo, é totalmente inovador porque, atualmente, não há no mercado um pavimento feito especialmente para esse setor. A cerâmica especial terá componentes químicos e biológicos, com esmaltação resistente a proliferação de fungos e bactérias. “A gente está com os materiais, temos auxílio de professores de cerâmica do SENAI, de professores de ciências e biologia do SESI. Estamos testando com materiais simples do dia a dia, como hipoclorito de sódio, iodo, junto de materiais essenciais para esmaltação”, detalha o técnico.

A outra iniciativa que representa o estado vem da equipe “Robomac”, que fabricou placas modulares adaptáveis que dispensam a utilização de madeirites ou alvenarias provisórias. O objetivo é reduzir os impactos ambientais de resíduos sólidos utilizados para sustentação. Esses materiais, geralmente, são descartados após a demolição dos canteiros de obras. Além disso, a ideia é que sejam gastos menos recursos em matéria-prima e mão de obra.  

Eduardo Cerqueira, técnico da Roboben, também é coordenador de Robótica do SESI em Alagoas. Nessa função, avalia e orienta as quatro equipes que vão representar o estado na FLL. Para ele, todos os alunos envolvidos precisarão mostrar equilíbrio nas áreas cobradas durante a competição. “A gente sabe que não trata apenas de robô, mas de seres humanos. Estamos ali testando não só os limites do robô, mas os nossos limites também. É isso que nos agrada e nos motiva a estar a cada dia treinando e buscando a melhoria de todos”, pontua Cerqueira. 

A competição

O Torneio de Robótica FIRST LEGO League reúne 100 equipes formadas por estudantes de 9 a 16 anos e promove disciplinas, como ciências, engenharia e matemática, em sala de aula. De 31 de janeiro a 16 de fevereiro, haverá as disputas regionais. Os melhores times garantem vaga na etapa nacional, que ocorre em março, em São Paulo.

O objetivo é contribuir, de forma lúdica, para o desenvolvimento de competências e habilidades comportamentais exigidas dos jovens. Todo ano, a FLL traz uma temática diferente. Em 2020, os competidores terão que apresentar soluções inovadoras para melhorar, por exemplo, o aproveitamento energético nas cidades e a acessibilidade de casas e prédios.

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