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Quase 30% das famílias alagoanas estão com dívidas atrasadas

Endividamento alcançou 63,8%, em abril, e cartão de crédito foi o meio mais utilizado por 97,3% destas famílias

Quase 30% das famílias alagoanas estão com dívidas atrasadas (imagem: AlagoasWeb)

Apesar de Alagoas ter apresentado o menor índice de famílias endividadas em abril de 2024, com 63,8%, ficou como o 17º estado com mais famílias com dívidas em atraso (28,70%) e o 12º estado com mais famílias sem condições de pagar suas dívidas (10,80%). A constatação é da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pelo Instituto Fecomércio AL, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

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Quase 30% das famílias alagoanas estão com dívidas atrasadas

No comparativo anual, houve redução de 0,8 p.p. no endividamento das famílias, saindo de 64,60% em abril de 2023 para 63,80% no mesmo período deste ano. Na análise do economista Francisco Rosário a convite da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), dois fatores podem ter contribuído para este cenário. “Provavelmente, parte desse feito se deve de um lado ao aumento real da massa salarial entre 2023 e 2024 (OSAKABE, 2024) e, por outro lado, do impacto do programa de redução de endividamento DESENROLA BR”, afirma.

Dentre as famílias com dívidas (63,8%), destaque para o indicador “muito endividadas”, que apresenta um percentual médio de 17,6% para o total das famílias, sendo que a população com renda menor que 10 sm a que mais enfrenta esta situação (18,2%). “Por outro lado, o percentual de 36,2% dos entrevistados não possui dívidas, logo, existe ainda possibilidade do crédito aumentar com a possível redução da taxa de juros ao longo de 2024”, explica o economista.

Analisando-se os últimos cinco meses, dezembro de 2023 a abril de 2024, houve crescimento contínuo no volume de endividados, saindo de 60,9% naquele mês para os 63,8% de abril, o que pode de sem explicado pela perspectiva de redução de juros, pelas compras de fim de ano e pelas despesas rotineiras do início de ano (impostos, férias, volta às aulas), fazendo com que as famílias alagoanas voltassem a se endividar, porém, ainda em patamares menores que no ano anterior. “Mas o mais preocupante é o aumento percentual das famílias com dívidas em atraso, o que pode impactar em um possível aumento da inadimplência”,  assevera Francisco ao analisar nestes cinco meses que este indicador cresceu 6,2 p.p. (22,4 em dez.23 a 28,6 em abr/24).

Quase 30% das famílias alagoanas estão com dívidas atrasadas

Entre as famílias endividadas, 97,3% estão com dívidas no cartão de crédito. E, junto ao cartão, também devem parcelas de carnês (19,40%), financiamento de carro e casa (3,24%) e crédito pessoal (1.43%). As demais dívidas, dos 63,8% das famílias alagoanas endividadas, somam menos de um porcento desse total (0,96%).

Considerando que o  cartão de crédito e o cheque especial são os tipos de empréstimos com a taxa de juros mais caros no Brasil, 412,5% a.a. e 127,6% a.a., respectivamente (MARTELO, 2024; ISTOÉ DINHEIRO, 2024), será preciso cautela pois “dado à alta taxa de juros desse tipo de dívida, o risco dessas famílias ficarem inadimplentes por incapacidade de renda para pagar é bastante alta. Por outro lado, esse volume de dívida pode significar, na verdade, a consolidação do uso do cartão de crédito como forma de pagamento parcelado em substituição do carnê ou outro tipo de financiamento”, explica.

Ainda de acordo com o levantamento do Instituto Fecomércio AL, as famílias alagoanas ficam, em média, com as dívidas atrasadas por 66 dias e comprometem o orçamento durante 32 semanas.

Quase 30% das famílias alagoanas estão com dívidas atrasadas

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