A professora Marlene Fernandes Barcelos, que trabalha na escola estadual Primo Bitti, em Aracruz (ES), relatou como escapou do atentado a tiros da última sexta-feira (25).
Após ouvir o primeiro disparo, ela correu e ordenou que fosse aberto o portão, tornando possível a fuga dos alunos. “Foi tudo muito rápido”, lembrou, em relato ao UOL Notícias, após o enterro da professora Flávia Merçon Leonardo, neste domingo, no Cemitério Jardim da Paz, na Serra, região metropolitana de Vitória.
Um atirador de 16 anos atacou duas escolas, deixando quatro pessoas mortas e 12 feridas. Ele foi apreendido pela polícia e responderá por ato infracional análogo ao crime de homicídio triplamente qualificado.
Com a respiração ainda ofegante, Marlene tentava encontrar alguma colega de trabalho para falar sobre o atentado. “Não quero lembrar sozinha do que a gente viveu”, comentou.
Como elas já haviam ido embora, ela começou a dar detalhes sobre a tragédia.
Era um dia atípico na escola. Um profissional havia dado uma palestra sobre empreendedorismo e estava perto do horário do recreio.
Normalmente, ela ficava na sala dos professores. Mas, no dia do atentado, não foi para lá porque se despediu do palestrante, que deixou a unidade de ensino.
“Eu entrei na sala e ainda consegui tirar uma colega porque…. eu a convidei para sair porque era o horário do recreio, né? Os alunos já estavam na fila para o recreio”, contou.
Logo em seguida, disse ter ouvido o primeiro tiro.
“No começo, achei que fosse bombinha. Quando percebi que era tiro, já corri e pedi que o guarda abrisse o portão para os alunos saírem. Falei: ‘sai que é tiro.’ Aí, os alunos correram. Alguns até pularam o muro da escola.”
“Os alunos conseguiram fugir. A tragédia poderia ter sido ainda maior. Nós sobrevivemos”, disse.