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Procurador do Tribunal de Contas de Alagoas é preso com sinais de embriaguez após bater o carro

Reprodução

O procurador do TCE (Tribunal de Contas do Estado) de Alagoas José Valdez

Lima e Silva, 59, foi preso pela Polícia Militar na tarde deste sábado (29), após invadir com o carro o calçadão da orla da praia de Pajuçara, litoral de Maceió.

No acidente, o procurador colidiu o veículo contra postes metálicos de iluminação pública. Segundo a polícia, ele apresentava sinais de embriaguez e se recusou a fazer o teste de alcoolemia.

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Apesar de o veículo ter subido no calçadão da praia, onde existe grande fluxo de transeuntes, ninguém foi atingido pelo carro. Silva estava sozinho e não se feriu durante a colisão.

Vídeos gravados por policiais que atenderam a ocorrência mostram que o procurador ficou alterado ao receber voz de prisão e ser informado que seria conduzido à Central de Flagrantes I, no bairro do Farol, para que os procedimentos legais cabíveis fossem tomados pelo delegado plantonista.

De acordo com as imagens, ele afirma várias vezes que é procurador do Tribunal de Contas do Estado, manda que os policiais gravem o nome dele e diz aos agentes, em tom de ameaça, para que eles “se liguem”.

“Eu sou procurador, você está me maltratando. Me aguardem! Nunca esqueça isso. Valdez, procurador do Estado, viu? Se ligue. E, você, eu cuido da aposentadoria de todos vocês com muito amor. Nunca faltei a vocês com recursos. Não é justo o que vocês estão fazendo, tá bom? Me aguarde, viu. Me aguarde! Você pode ser general, militar para me dar um tiro. Eu uso os livros, ó, das palavras e da caneta. Me aguarde!”, disse Silva durante a abordagem policial.

Policiais que atenderam a ocorrência envolvendo o procurador do TCE afirmaram que gravaram vídeos porque se sentiram ameaçados por Silva. Segundo os agentes, o procurador ainda tentou suborná-los.

“Quando chegamos ao local, encontramos o cidadão descontrolado, gritando que era procurador, nos ameaçando e tentando nos intimidar para não darmos prosseguimento aos procedimentos legais ao caso. Ele ainda tentou oferecer dinheiro quando viu que a outra equipe tinha chegado com o bafômetro. Como ele se recusou a fazer o teste, o procedimento é levar para a delegacia”, contou um policial em entrevista ao UOL, que pediu para não ser identificado.

“Trabalhamos para cumprir a lei, independente da profissão dele, ele é cidadão e a intimidação, a ameaça com a tentativa de suborno que ele fez, a gente não aceita. Fizemos nosso trabalho e agora está a cargo do delegado o procedimento a ser feito”, completou outro policial militar.

Ao chegar na Central de Flagrantes I, o procurador do TCE disse à imprensa que não estava embriagado e que não era alcoólatra.

“Estava numa confraternização de final de ano com amigos. Fui trancado por um outro veículo e perdi o controle da direção. Fiz de tudo para não bater o carro em ninguém. Agora, não é por causa de um copo de cerveja que eu seja alcoólatra”, explicou José Valdez Lima e Silva.

O procurador está sendo ouvido pelo delegado plantonista da Central de Flagrantes I Antonio Edson. Ao final do depoimento, o delegado deverá decidir se ele pagará fiança para ser liberado ou se ficará preso à disposição da Justiça. Caso permaneça preso, Silva deverá ser ouvido em até 24 horas por um juiz em audiência de custódia, que determina as penalidades legais imputadas ao réu.

Procurada pelo UOL, a assessoria de imprensa do TCE de Alagoas informou que o expediente de um procurador é de segunda a sexta-feira e que, após o término do trabalho, ele é um cidadão comum. O TCE também justificou que o procurador não usava um veículo do órgão e nem estava a serviço no momento do acidente.

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